tag:blogger.com,1999:blog-38479498630555873472024-03-10T02:48:05.465+00:00Santana Castilho- blogue de homenagem ao Professor Santana Castilho
- uma retribuição (bem pequena) pelo muito que tem feito em defesa dos professores e da Escola Pública.ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.comBlogger506125tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-91727245375759527002023-12-06T12:52:00.014+00:002023-12-14T12:53:44.580+00:00O festim pidesco de um governo morto<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":rq:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">1. Por entre os temas que dominam os noticiários, passou de fininho uma sinistra proposta do Governo (Proposta de Lei n.º 89/XV), que pretendia, entre outras coisas e de sorrelfa, criminalizar o pensamento, a palavra livre e a opinião que expressasse críticas sobre convicções políticas ou ideológicas alheias. </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A proposta, entretanto abandonada, tem relevância para lá do que tentou. Com efeito, foi mais uma manifestação da continuada conduta <span><a tabindex="-1"></a></span>desrespeitadora de direitos constitucionais, por parte de António Costa.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Sim, porque foi ele que, em plena gestão da pandemia, assumindo a Constituição da República Portuguesa (CRP) como um estorvo, que não como a referência que devia respeitar e cumprir, teve o topete de dizer que se faria o que ele decidisse, dissesse a CRP o que dissesse. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Sim, porque foi sob sua égide, como secretário-geral do PS, que foi ensaiado um conúbio com o PSD para promover uma revisão constitucional que visava suprimir o direito à liberdade, consignado no Artº 27º da CRP, para que os cidadãos pudessem ser detidos sem ordem judicial, para que a livre circulação pudesse ser proibida sem necessidade de decretar o estado de emergência e para que o Estado pudesse devassar as comunicações privadas, com a mesma ligeireza com que a PIDE devassava o correio. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Sim, porque António Costa ficará para a posteridade como o primeiro-ministro que mais vezes recorreu a mecanismos de excepção para impedir greves e permitiu os maiores atropelos ao seu exercício, de que são exemplos as discutíveis requisições civis de enfermeiros e professores, polícias a baterem à porta de motoristas de viaturas de transporte de matérias perigosas e polícia de choque usada para intimidar grevistas e proteger fura-greves, no caso dos estivadores.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Por outro lado, a proposta em análise apresentou-se simplesmente coerente com o festim pidesco de um governo morto, bem ilustrado pelos casos que se seguem.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">2. A directora do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, em Gondomar, foi acusada de violação dos deveres de imparcialidade e lealdade porque, na sede do agrupamento que dirige, um grupo de docentes afixou uma tarja onde se lê “Estamos a dar a aula mais importante das nossas vidas”. Ao que consta, a “nota de culpa” propõe agora a sanção de suspensão, que implica a perda de salário, e a perda de mandato.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Não há o delito de opinião no ordenamento jurídico vigente, muito menos admitido no conceito de Estado de Direito Democrático, expresso no Artº 2º da CRP. Portanto, só a hipocrisia de quem manda e a coluna vertebral gelatinosa de quem obedece explica este grosseiro atropelo ao Artº 37º da CRP, que institui o direito à liberdade de expressão e informação, exercido pela comunidade de docentes do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Neste caso, não assistimos apenas à submissão da Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) aos desígnios políticos da casta que se apossou do Ministério da Educação (ME) e à sua utilização para exercer um execrável controlo ideológico sobre tudo e todos. Assistimos, também, ao resvalar das intervenções da IGEC, outrora respeitável e independente, para metodologias de cariz pidesco.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">3. Como é sabido, o poder judicial já havia declarado ilegais os serviços mínimos impostos para dias de aulas e para as avaliações finais dos 5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º anos. Agora, conhecemos um novo acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), que declarou ilegais os serviços mínimos impostos à greve às avaliações dos anos com provas finais ou exames (9.º, 11.º e 12.º anos). Depois desta exposição do ME como vulgar fora de lei na matéria, ficaria bem uma palavra de contrição. Mas das consciências cavernosas dos governantes só nos chegou um cobarde silêncio.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">4. Num belo lance de grosseira demagogia, um comunicado do ME deu-nos a conhecer que a Direção-Geral da Educação (DGE) passou a ter um conselho consultivo de alunos, que participarão nas reuniões mensais de dirigentes daquele órgão, podendo, entre outras atribuições, discutir propostas no âmbito da competência da DGE. Entendamo-nos, ministro João Costa: quem poderia opinar neste contexto são os professores, não alunos em processo de formação e crescimento. Enxergue-se, ministro João Costa! Mesmo a demagogia tem limites!</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 6.12.23</div></div></span></div></div></div></div></div><div><div class="x168nmei x13lgxp2 x30kzoy x9jhf4c x6ikm8r x10wlt62" data-visualcompletion="ignore-dynamic"><div><div><div><div class="x1n2onr6"><div class="x6s0dn4 xi81zsa x78zum5 x6prxxf x13a6bvl xvq8zen xdj266r xktsk01 xat24cr x1d52u69 x889kno x4uap5 x1a8lsjc xkhd6sd xdppsyt"><div class="x6s0dn4 x78zum5 x1iyjqo2 x6ikm8r x10wlt62"><span aria-label="Vê quem reagiu a isto" class="x1ja2u2z" role="toolbar"><span class="x6s0dn4 x78zum5 x1e558r4" id=":rt:"><span class="x6zyg47 x1xm1mqw xpn8fn3 xtct9fg x13zp6kq x1mcfq15 xrosliz x1wb7cse x13fuv20 xu3j5b3 x1q0q8m5 x26u7qi xamhcws xol2nv xlxy82 x19p7ews xmix8c7 x139jcc6 x1n2onr6 x1xp8n7a xhtitgo"><span class="x12myldv x1udsgas xrc8dwe xxxhv2y x1rg5ohu xmix8c7 x1xp8n7a"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j"></span></span></span></span></span></div></div></div></div></div></div></div></div><span aria-label="Vê quem reagiu a isto" class="x1ja2u2z" role="toolbar"><span class="x6s0dn4 x78zum5 x1e558r4" id=":rt:"><span class="x6zyg47 x1xm1mqw xpn8fn3 xtct9fg x13zp6kq x1mcfq15 xrosliz x1wb7cse x13fuv20 xu3j5b3 x1q0q8m5 x26u7qi xamhcws xol2nv xlxy82 x19p7ews xmix8c7 x139jcc6 x1n2onr6 x1xp8n7a x1vjfegm"><span class="x12myldv x1udsgas xrc8dwe xxxhv2y x1rg5ohu xmix8c7 x1xp8n7a"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j"></span></span></span></span></span><div class=""><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j"><br /></span></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-30978899305380312462023-11-22T12:50:00.011+00:002023-12-14T12:51:42.630+00:00De grotescos vivendo, assim vai Portugal<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r1k:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">1. A Sonae tomou a iniciativa de discutir o impacto da tecnologia na educação, criando um tal Innovators Forum 23, cuja primeira edição aconteceu a 8 de Novembro, com dois oradores principais: David Kellermann, professor da Universidade de Nova Gales do Sul, que criou a chamada “sala de aulas mais avançada do mundo” (vá lá alguém perceber a validade do presunçoso epíteto) e o indiano Sugata Mitra, cientista de computação, cujo método de <span><a tabindex="-1"></a></span>aprendizagem salvador assenta na ideia mirífica de que, porque as crianças são naturalmente curiosas, apenas precisam de um computador e acesso à Internet, para que aprendam. A estas sumidades internacionais juntaram-se sumidades nacionais da mesma linha de pensamento: José Pacheco, fundador da Escola da Ponte e criador da Open Learning School e os empresários Tim Vieira, da Brave Generation Academy e João Magalhães, da Academia de Código.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Pérolas proclamatórias principais: “O sistema de ensino está completamente fora do prazo de validade” (Sugata Mitra); “Não é possível medir o saber” (Sugata Mitra); "A sala de aula é algo maquiavélico" (José Pacheco).</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Obrigado sumidades! No preciso momento em que os professores procuram a justiça a que têm direito, os vossos indicadores apontaram-nos como responsáveis por todos os males da escola. Humildemente vos digo que a vossa dissimulada entropia, a coberto de interesses outros, que não os da educação das massas, é simplesmente perigosa e preocupante. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Gostava de vos ver lidar com 83.431 alunos portugueses com necessidades educativas especiais e 143.688 alunos estrangeiros inscritos nas escolas públicas, que apenas falam as suas línguas maternas (nalgumas escolas coexistem mais de meia centena de línguas diferentes).</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Por que razão instituições economicamente poderosas, cuja actividade está nos antípodas da Educação, dão tanto palco a gurus, que fazem carreira a dizer mal da escola pública, a única a que os pobres podem ter acesso?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">2. Porque escolhi invocar grotescos, registo o segundo. João Costa, o mais desastrado e incompetente ministro da Educação desde que tenho memória, foi eleito presidente do Comité de Políticas Educativas da OCDE, órgão responsável por coordenar toda a sua atividade no sector da educação e contribuir para a definição das políticas públicas. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Recorde-se a propósito que, em Maio de 2022, no 2.º Encontro Nacional de Autonomia e Flexibilidade Curricular, uma patusca Amapola Alama, especialista da UNESCO, afirmou, pasme-se, que o nosso sistema educativo era “o Rolls-Royce dos sistemas de educação”. Parece assim natural que o motorista do Rolls-Royce, militante mercantilista e neoliberal, tenha sido eleito para o cargo em análise.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">3. A embrulhada política que domina o país tem a forma de um pantanoso e fétido lodaçal e a substância de um verdadeiro desastre de mentiras, irresponsabilidades, traições e comportamentos indecorosos, em que são actores os mais altos representantes do Estado. Com efeito, temos: Costa a desmentir Marcelo e Marcelo a desmentir Costa; uma magistratura incapaz e liberta de qualquer controlo democrático, bem mais interessada em caçar políticos que em gerir a justiça; um inquérito do Ministério Público que originou a demissão do primeiro-ministro e um juiz de instrução que, escassos dias volvidos, garantiu não haver no processo indícios de corrupção ou de prevaricação; um primeiro-ministro demitido de um Governo que devia ser de gestão mas que ainda está com poderes plenos, porque o Presidente da República interpreta a seu modo a Constituição; escassa informação séria e abundante mediação de boa parte da imprensa e televisões sustentada por agendas nauseantes, que destratam a cada passo a inteligência dos leitores e espectadores.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A sombra deste polvo gigante, que asfixia a democracia e dentro do qual o sentido de Estado foi substituído pela arte manhosa de se servir do Estado, permite-me especular sobre um eventual terceiro acontecimento escabroso: e se António Costa, manipulador inato e decano do ardil político, simplesmente aproveitou o fatídico parágrafo de Lucília Gago para escapar ao atoleiro em que mergulhou o Governo, outorgando-se, do mesmo passo e habilmente, o estatuto de vítima da justiça, que regressará ilibada, daqui a pouco, para novos lances de apropriação do poder?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 22.11.23</div></div></span></div></div></div></div></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-27924723895454855472023-11-08T12:47:00.014+00:002023-12-14T12:49:30.453+00:00Um ministro e uma corte bem paga a propagar fantasias<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r27:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">É impossível ficarmos alheios à barbárie exposta pela guerra que domina o mundo e ao tratamento que a comunicação social lhe dispensa. Excepção feita à situação do SNS, rareiam outras notícias e, sobretudo, análises sobre os problemas relevantes para a vida interna do país, designadamente no que à Educação respeita. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Do que vou lendo, vendo e ouvindo, do atrevimento e leveza parcial de muitos comentaristas recém-chegados às <span><a tabindex="-1"></a></span>nossas televisões, qual turba opinativa difusora de mais ódio, concluo que, quando os fenómenos são abordados sem conhecimento das suas particularidades, ou com propositado desprezo pela sua génese, o resultado é criar novas conflituosidades, que só mascaram os factos e lhes acentuam a já de si pesada dramaticidade. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Nesta coluna escrevo sobre o que conheço e é observável, enquanto os responsáveis pela política educativa persistem na propagação de profecias e mentiras, lançando lama sobre tudo o que lhes não serve os desígnios.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Esta gente logrou um controlo narrativo da opinião pública, em modo fast food educacional, que vem alterando a percepção do que de importante acontece na Educação. Não a olham como bem prioritário, motor de igualdade e estabilidade social e de desenvolvimento do país, muito menos como expressão de identidade nacional.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Este longo introito serve para retomar, explicando-a, a alusão que fiz no meu último artigo, sem a detalhar, a uns “artistas” que recentemente concluíram que o encerramento das escolas durante a pandemia gerou uma melhoria espontânea na aprendizagem dos alunos. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">O IAVE, num recente documento oficial (Relatório do Estudo Diagnóstico das Aprendizagens), escreveu, preto no branco, que:</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">- 58,7% dos alunos do 6º ano e 56,1% dos do 9º ano não são capazes de responder às mais básicas solicitações de literacia da leitura (dito de modo menos sofisticado: a maioria não entende nada do que lê, por mais básico que seja o texto). </div><div dir="auto" style="text-align: start;">- 64,5% dos alunos do 9º ano são incapazes de resolver problemas elementares de Matemática.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">- 68,5% dos alunos do 6º ano e 83,5% dos do 9º não conseguem responder a questões, por mais simples que sejam, no domínio daquilo que a novilíngua designa por “literacia científica”. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Cruzando o que o IAVE ora diz com o que disse em relatório idêntico de 2021, o retrocesso das aprendizagens é inquestionável e consequência óbvia do fecho das escolas durante a pandemia, independentemente de outras variáveis anteriores.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Apesar destes factos, o ministro João Costa (inicialmente, porque depois foi obrigado a corrigir a manipulação que tentou) e prosélitos sem decoro promoveram a ideia absurda, louca, de que as aprendizagens dos alunos teriam melhorado … com o fecho das escolas. Fizeram-no referindo um outro fantasioso estudo, este da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), vindo a lume uns dias antes do relatório do IAVE.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Perguntará o leitor: como é possível que duas instituições, ambas tuteladas pelo Ministério da Educação, digam uma coisa e o seu contrário, com escassos dias de intervalo? A resposta é simples: as conclusões do IAVE resultam de provas objectivas, prestadas pelos alunos, para medir conhecimentos adquiridos; as conclusões da DGEEC resultam das notas dadas pelos professores durante a pandemia, culminando um processo anterior da responsabilidade de João Costa, que sumariamente assim se pode caracterizar:</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">- Conveniente revogação de todos os programas então vigentes e sua substituição pela fraude das "aprendizagens essenciais”, inenarrável via aberta para que todos passem, saibam o que souberem.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">- Correlata destruição do currículo nacional, hoje reduzido a um indigente desprezo pelo valor intrínseco do conhecimento.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">- Supressão de todos os instrumentos de avaliação, com o fim, conseguido, de impor as passagens de ano praticamente obrigatórias e fabricar resultados de sucesso.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">- Legislação vigente que determina que as reprovações, em anos intermédios dos ciclos de escolaridade, só pode acontecer “a título excepcional”.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Não sendo futurologista, muito menos adivinho, arrisco prever a intensificação da manipulação da opinião pública por parte de João Costa e seguidores, como indicia o um obsceno aumento de 1237% das despesas do Ministério da Educação, em 2024, para pagar estudos, pareceres e consultadorias.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 8.11.23</div></div></span></div></div></div></div></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-51577459819377600842023-10-25T12:45:00.001+01:002023-12-14T12:47:01.241+00:00A ausência da Educação no OE 2024<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r2r:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">Um orçamento de Estado não se pode circunscrever à gestão das finanças públicas, na perspectiva única de que as despesas não podem superar as receitas. Particularmente num país onde: antes de prestações sociais, 40% dos cidadãos vivem em risco de pobreza; cerca de 50% das empresas não pagam IRC, por apresentarem sistematicamente resultados negativos; 90% do IRC arrecadado provem apenas de 20% das empresas em actividade; 90% da receita de IRS é <span><a tabindex="-1"></a></span>paga apenas por um milhão e 200 mil contribuintes, de uma população activa de 5 milhões e 222 mil portugueses. São indicadores macroeconómicos que põem a nu que o problema de António Costa, em oito anos de governo, não é a gestão das finanças públicas. É não saber governar, não ter qualquer pensamento estratégico de criação de riqueza, nem ter promovido nenhuma reforma estrutural que altere o quadro descrito. Com este pano de fundo, a irrelevância que o OE 2024 dispensa à Educação é bem o espelho da incompetência do PS para promover o investimento público de que Portugal carece.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Quando a 10 do corrente fez a apresentação pública do OE 2024, Fernando Medina à Educação disse nada. Surpreendente a omissão de Medina? Sim, face à profunda crise em que um sector vital para o desenvolvimento do país vive há anos. Natural, face ao vazio relativo a medidas inadiáveis e relevantes que caracteriza o OE 2024 para a Educação.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">O crescimento do valor orçamentado para 2024, comparado com o do estimado para 2023, é de 5,7%. Mas sendo de 5,3% a inflacção prevista pelo próprio Governo até ao final do ano, o crescimento real será de 0,4%. Por outro lado, não podemos deixar de verificar que a relação do valor orçamentado com o nosso Produto Interno Bruto (PIB) volta a cair. Com efeito, quando António Costa chegou ao Governo em 2015, a despesa em Educação, em percentagem do PIB, cifrava-se nos 5,1%. Em 2016 caiu para 4,8%, em 2017 para 4,6%, em 2018 para 4,4%, em 2019 subiu uma décima (4,5%), em 2020 subiu duas décimas (4,7%), para voltar a baixar para 4,6% em 2021 (Fontes/Entidades: INE e PORDATA, última actualização de 22/9/23). </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Entretanto, as organizações internacionais que se pronunciam sobre o desejável peso da Educação na despesa pública dos estados recomendam que esse peso seja da ordem dos 6% do PIB. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Olhemos então para o caso português. O valor do PIB em 2022 (já oficialmente determinado) foi 242,3 mil milhões de euros. Se se confirmarem as previsões do Governo (crescimento de 2,2% em 2023 e 1,5% em 2024), teremos em 2024 um PIB ligeiramente superior a 254 mil milhões de euros e, consequentemente, apenas 2,9% desse PIB consignados ao Ensino Básico e Secundário. Se lhe somarmos as restantes despesas previstas para os outros níveis de ensino, ficaremos próximo de 4,3%, valor bem distante dos 6% internacionalmente recomendados e que traduz nova queda na série estatística que caracteriza os governos de António Costa.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Às constatações supra, factuais, é incontornável somar o discurso político que as determina, a saber: as inverdades propaladas por António Costa para sustentar a sua intransigência obsessiva na recusa da recuperação faseada do tempo de serviço dos professores (ver meu artigo de 11/10/23), solução defendida pelo próprio Presidente da República, por toda a Oposição, da esquerda à direita, e por relevantes militantes do PS, o último dos quais Pedro Nuno Santos; o recente chumbo no Parlamento (4/10/23) de todos os projetos que visavam valorizar a profissão docente; o obsceno aumento das despesas do Ministério da Educação (56,2 milhões de euros que, comparados com os 4,2 milhões de 2023, significam um acréscimo de 1237%) para pagar estudos, pareceres e consultadorias aos prosélitos de João Costa, nomeadamente do tipo dos “artistas” que recentemente concluíram, pasme-se, que o encerramento das escolas durante a pandemia gerou uma melhoria espontânea na aprendizagem dos alunos. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Tudo visto, a conclusão é clara: o orçamento para a Educação limita-se à mera gestão corrente, sem qualquer rasgo de intervenção nas múltiplas vertentes carentes de investimento; as matérias mais importantes e decisivas para a educação dos portugueses estão fora do OE 2024.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 25.10.23</div></div></span></div></div></div></div></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-69836190505056298292023-10-11T12:42:00.011+01:002023-12-14T12:44:57.996+00:00Discurso para iludir ingénuos e inacção como forma de governar<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r3e:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">Na voragem das notícias, acontecimentos graves caem no esquecimento e passam sem a intervenção dos primeiros responsáveis da cadeia de comando e sem as consequências que a ética mínima imporia.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">1. A directora do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, de Gondomar, estará a ser vítima de um processo disciplinar porque na sede do agrupamento foi colocada uma tarja preta em que se pode ler: “Estamos a dar a aula mais <span><a tabindex="-1"></a></span>importante das nossas vidas”. Em comunicado, os professores e educadoras do agrupamento assumiram a responsabilidade colectiva por uma iniciativa que conceberam, pagaram e executaram, tendo a directora, e bem, apenas autorizado. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Eis, mais uma vez, a hipocrisia bafienta do ministro da Educação e do primeiro-ministro trazida à luz do dia. No preciso ano em que se iniciam as comemorações dos 50 anos da liberdade que Abril nos trouxe, a consciência dos dois ficou tranquila perante um flagrante atropelo ao artigo 37º da Constituição da República Portuguesa que, em quatro eloquentes parágrafos, fixa o direito à liberdade de expressão e informação, que a comunidade de docentes em apreço exerceu.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Do mesmo passo, é penoso assistir à continuada degradação da Inspeção-Geral da Educação e Ciência, cada vez mais lesta em exercícios censórios, de perseguição aos poucos directores que recusam ser simples lacaios políticos desta perniciosa maioria absoluta. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> <br /></div><div dir="auto" style="text-align: start;">2. Por dever de ofício, ouvi o que António Costa disse sobre os professores na longa entrevista que deu à CNN: um exemplar discurso para iludir ingénuos e uma antologia de inverdades para mascarar a inacção que caracteriza a sua forma de governar. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">António Costa voltou à cassete segundo a qual a recuperação do tempo de serviço dos professores é insustentável para o país, por razões de natureza financeira e de equidade relativamente aos restantes funcionários públicos. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">São muitas as demonstrações de que o argumento financeiro é falso. António Costa disse, em Março deste ano, que quando o ministro da Educação fala é ele que estava a falar. Logo a seguir afirmou que a recuperação do tempo de serviço dos professores custaria 1300 milhões ao ano, ao mesmo tempo que o ministro da Educação afirmava que as contas estavam ainda a ser feitas. À legítima pergunta sobre em qual Costa deveríamos acreditar respondeu, dias volvidos, o Ministério das Finanças, dizendo que a recuperação custava 331 milhões, valor idêntico àquele a que chegou um criterioso estudo promovido pela Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). Para além do fundamentado desmentido dos delírios de António Costa, esse estudo demonstrou ainda que, se a recuperação fosse agora feita, a massa salarial cresceria 3,6% nos próximos três anos e baixaria 7,3% nos sete anos seguintes, sendo os custos da recuperação integral do tempo de serviço totalmente absorvidos no final da década. É isto (10% do preço das piruetas sem critério que António Costa deu na TAP) que é insustentável para o país?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Quanto à equidade, fala de quê, António Costa, quando na própria entrevista tem o topete de anunciar, consoante modelos diferenciados de funcionamento dos centros de saúde, aumentos de salários para médicos de 12,7%, 33%, 60% ou mesmo 66%? Ou de 33% para os que aceitem a dedicação plena nos hospitais?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Fala dos politicamente muito convenientes aumentos dos magistrados e juízes, de 2019?</div><div dir="auto" style="text-align: start;">Fala da generalidade das outras carreiras, em que o tempo de serviço, convertido em pontos, já foi reposto? Ou insiste na mentira descarada de haver igualdade de recuperação de tempo de serviço entre os professores e as demais carreiras, que recuperaram 70% de 10 anos, enquanto os professores recuperaram 70% de quatro anos?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Fala da recuperação de todo o tempo de serviço aos enfermeiros? Ou acha que há equidade entre os professores do continente e os dos Açores e da Madeira?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">De acordo com a retórica elogiosa do primeiro-ministro, o Governo foi magnânimo com os professores, oferecendo-lhes um “acelerador” de carreiras. Faltou-lhe citar os detalhes, que a ANDE já denunciou: os efeitos da medida são de tal modo diluídos no tempo que, mais de 3000 docentes só os sentirão nos anos de 2031, 2032 e 2033; apenas em 2025 se atingirá metade dos docentes abrangidos pela medida, sendo que os promovidos nessa altura terão, em média, cerca de 61 anos. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 11.10.23</div></div></span></div></div></div></div></div><p></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-66402787396742818882023-09-27T12:37:00.001+01:002023-12-14T12:39:52.026+00:00A necessidade de encontrar um equilíbrio saudável entre o digital e o analógico<p> </p><div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r5g:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">Para a maioria das nossas crianças, a exposição a ecrãs tornou-se um fenómeno omnipresente e, para as de tenra idade, a baby-sitter fácil e barata. Demasiados responsáveis da área da Educação esqueceram que a tecnologia não significa só desenvolvimento e progresso, que uma ligação WiFi nunca será equiparável a uma ligação com um ser humano e que a essência da Educação é humanista, que não <span><a tabindex="-1"></a></span>tecnológica. Como esqueceram, ainda, que a estimulação em excesso transforma as crianças e os jovens em seres passivos, presas fáceis do imediatismo, porque lhes vai roubando a verdadeira capacidade de sentirem.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Finalmente parece que o país vai discutir o problema e começou a dar atenção à produção científica que há anos alerta para os perigos da onda do digital descontrolada e das tecnologias encantatórias. Muito do que aqui vai ficar dito, como achega para o debate anunciado, já foi abordado por mim, em artigo que escrevi na edição do Público de 28 de Novembro de 2018, sob o título “A eterna culpa dos professores”.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A 21 de Agosto passado, a JAMA Pediatrics, revista de pediatria publicada pela American Medical Association, publicou os resultados de uma investigação que relacionou os atrasos comunicacionais e cognitivos verificados em 7097 crianças, com dois e quatro anos de idade, e o tempo que passaram frente a um ecrã, quando tinham um ano. A investigação concluiu que as capacidades motoras, sociais, de comunicação e de resolução de problemas dessas crianças diminuíram à medida que foi maior o tempo em que estiveram expostas a ecrãs. Este estudo, o último a que tive acesso, é apenas mais um dos muitos da mesma natureza que o antecederam e que já levaram a própria OMS a emitir recomendações sobre a matéria.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Vários investigadores da Rede Europeia de Pesquisa em Leitura (E-READ) vêm alertando, desde 2014, para a circunstância de a nossa compreensão ser maior quando um texto é lido em papel do que quando o mesmo texto é lido num ecrã. E a diferença intensificou-se com o passar dos anos e intensifica-se quando se trata de manuais escolares ou outro tipo de livros didácticos e de textos mais complexos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">A ministra da Educação da Noruega revelou recentemente que nove em cada dez crianças de dez anos têm um smartphone e que mais de 70% dos estudantes do ensino secundário passam três horas diárias em frente de um ecrã.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Também a situação na Suécia foi motivo para muitas análises recentes na imprensa e nas televisões. Em 1990, a Suécia optou pela imersão 100% digital nas suas escolas. Hoje reconhece que a decisão foi errada e o Governo anunciou um grande investimento para voltar aos manuais escolares impressos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">Por outro lado, o debate sobre o efeito da utilização de telemóveis nas escolas cresceu, entre nós e lá fora, reforçado pelo recente relatório anual UNESCO sobre o uso das tecnologias na educação, com um alerta especial para o aumento de casos de bullying. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Em Portugal, uma petição pública com 19000 assinaturas pediu restricções e a utilização está proibida na Escola António Alves Amorim, em Santa Maria da Feira (desde 2017), nas escolas do Concelho de Almeirim e nas escolas básicas do Alto de Algés e de Miraflores. No Agrupamento de Escolas Gil Vicente, em Lisboa, a utilização está também proibida para todos os níveis de ensino, excepto para o secundário, onde é apenas desaconselhada. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">No resto da Europa, são vários os países que proibiram a utilização dos telemóveis, a saber, entre outros: Espanha, França, Itália, Países Baixos e Finlândia. Fora da Europa, a mesma decisão foi tomada no Canadá, no Japão, na Coreia do Sul e na Austrália. Sem proibição total, mas com fortes medidas restritivas, temos os Estados Unidos da América e a Inglaterra.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Apesar de tudo isto, quase duplicou, face ao ano transacto, o número de alunos portugueses que vão estudar com manuais digitais no presente ano lectivo, dando cumprimento à quarta fase do projecto-piloto lançado pelo Governo para, definitivamente, descontinuar, de forma gradual, o uso dos manuais impressos em papel. São, no total, 21260 estudantes, distribuídos por 1153 turmas de 160 escolas.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">João Costa, tendo afirmado publicamente não ser adepto de proibições, pediu um parecer sobre a matéria ao Conselho de Escolas. Oxalá estejamos a dar um primeiro passo para arrepiar caminho.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 27.9.23</div></div></span></div></div></div></div></div>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-36568181669616182502023-09-13T08:31:00.013+01:002023-09-15T08:33:21.916+01:00Novo ano, erros velhos<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r23:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">No começo de um novo ano escolar, pareceu-me que podia fazer sentido falar de coisas que, sendo essenciais, vão passando ao lado do debate político. Com efeito, a vertente forte da contestação dos professores tem-se cingido à recuperação do tempo de serviço e a outros temas relacionados com a carreira. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A Educação é um serviço público e o direito de todos à Educação é um dos pilares fundamentais do Estado de direito. Mas o Estado tem falhado na regulação <span><a tabindex="-1"></a></span>da Educação, particularmente no que à sua qualidade respeita e na protecção daqueles que têm mais vulnerabilidades socioeconómicas. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Tenho escrito repetidas vezes que educar é uma arte, que não uma ciência. Métodos e doutrinas pedagógicas não são cientificamente demonstráveis como correctos ou incorrectos, em termos absolutos. O que resultou num determinado contexto, com determinados alunos, professores ou escolas, pode não resultar em contexto diferente. É por isso que está errada a actual imposição de uma “pedagogia de Estado”, que tem vindo a transformar professores em agentes funcionalizados de ensino, quando eles devem ser autores, sublinho autores, de ensino. O voto confere legitimidade democrática. Mas não confere autoridade pedagógica.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">O Currículo Nacional não pode continuar a ser esquartejado. Obrigatoriamente deve conter conhecimentos estruturantes (Língua Materna, uma ou várias Línguas Estrangeiras, Literatura, Filosofia, História, Geografia, Matemática, Ciências Naturais, Música, Artes e Educação Física e Desporto). A estas áreas acrescerão disciplinas “qualificantes”, consoante a diversidade dos diferentes cursos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Os responsáveis têm promovido a “inovação” a uma espécie de Deus ex machina. Ora o que interessa não é se a intervenção é tradicional ou inovadora, mas sim se resulta ou não. Vivemos num autêntico vórtice de “inovações” não testadas, impostas centralmente a quem sobre elas devia decidir, isto é, o professor. Só que os clássicos teoremas matemáticos tanto se ensinam usando os modernos quadros digitais interactivos, como usando o velho quadro negro e um pau de giz.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Em contraste com os erros enunciados, imagine que reduzíamos o número de alunos por turma, digamos que a um máximo de 20. É minha convicção que melhorava substancialmente a aprendizagem e a disciplina. Do mesmo passo, se diminuíssemos a carga horária global dos alunos, libertando tempo para o estudo acompanhado por professores e para o desporto organizado, melhorávamos a sua saúde, protegíamos as actividades socializantes próprias da infância e da adolescência, que agora não têm, e defendíamos os que não podem pagar explicações, promovendo o verdadeiro sucesso escolar. Por outro lado, se o actual Estatuto do Aluno, indutor de facilitismo e de direitos sem deveres, fosse substituído por outro, assente na promoção de princípios éticos e morais, que consagrasse o aprender como o primeiro dever do aluno, reforçaríamos vigorosamente o processo de construção de cidadãos íntegros e devolveríamos a autoridade aos professores e às escolas.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Se libertássemos os professores da alienação burocrática em que vivem e extinguíssemos o kafkiano modelo de avaliação, desadequado e pejado de grosseiros erros técnicos, o corpo docente rejuvenescia. Se reformássemos radicalmente os concursos de recrutamento e colocação de docentes, com uma intervenção corajosa e tecnicamente possível, mas nunca até hoje assumida, pôr-se-ia fim à decantada instabilidade profissional e familiar de quem ensina, com incomensuráveis benefícios para os alunos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Se as escolas passassem a ser governadas por um novo modelo de gestão, verdadeiramente democrático, e jamais fosse possível atribuir-lhes uma só nova tarefa sem o reforço dos recursos humanos e materiais necessários, a produtividade aumentava e removeríamos a politização perniciosa, o centralismo asfixiante e a conflitualidade desagregadora.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Por fim, tal como não se pode outorgar aos professores responsabilidades sem lhes conferir autoridade, tão-pouco se pode dispensar os pais do dever de educar os filhos. A vida dura dos pais e os seus absorventes deveres laborais não os podem alhear do valor mais alto a que devem responder: educar os filhos. O Estado tem de responsabilizar os pais pelos comportamentos dos filhos, sempre que estes geram a indisciplina e prejudicam a paz nas escolas.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">In Público de 13.9.23</div></div></span></div></div></div></div></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-32669156395731753842023-08-30T08:29:00.015+01:002023-09-15T08:31:24.261+01:00Acha isto normal?<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r2m:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">1. Repetidas vezes temos ouvido os políticos a atribuir o atraso da nossa economia ao decantado défice de formação dos trabalhadores. Nesta premissa, aliás, têm vindo a assentar os sucessivos programas promotores do acesso ao ensino superior. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Mas aquilo que não se divisa são políticas coerentes, que ultrapassem os baixos salários e a precariedade e garantam que o dinheiro que o país despende com a formação dos seus jovens reverta a favor de melhores <span><a tabindex="-1"></a></span>condições de vida para todos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Assim, não surpreende uma notícia recente segundo a qual, num só ano, Portugal perdeu 128 mil trabalhadores com ensino superior. Trata-se de uma emigração em massa de quadros a quem oferecemos salários baixíssimos e não divisam aqui expectativas de futuro compatíveis com a formação que adquiriram. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Muitos dos que emigram são médicos, que vão deixando o SNS à míngua de especialistas. Já há alguns anos, o Prof. José Ponte demonstrou no Público que o custo de formação de um especialista ficava entre os 300 e os 500 mil euros. No ano corrente, o orçamento dos dois ministérios que tutelam o ensino ultrapassa largamente os 10 mil milhões de euros.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Acha isto normal? Acha normal que o nosso marasmo político financie o desenvolvimento dos outros países à custa do nosso retrocesso?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">2. No quadro da 1ª fase dos últimos exames nacionais, foram apresentados 4080 pedidos de revisão das provas e consequentes classificações atribuídas (3855 relativos ao secundário e 225 ao 9.º ano). Do processo resultaram 3109 subidas de nota (76,2% no total das classificações revistas), e 321 descidas (7,9% no total das classificações revistas). Dito de outro modo, 84,1% das provas reavaliadas foram consideradas mal classificadas pelo Ministério da Educação. Sucede que o descrito não é um epifenómeno de um processo normal. Outrossim, é mais uma de constatações idênticas verificadas ao longo dos últimos anos, em que uma percentagem relevante de pedidos de revisão dos exames do secundário termina com a subida das classificações inicialmente atribuídas. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Acha isto normal? Como se explica a dimensão destes números? Como fica a confiança da sociedade relativamente ao processo? Que confiança se pode inferir sobre a fiabilidade das classificações atribuídas aos milhares de provas que não foram revistas?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">3. Como foi fartamente divulgado, Marcelo vetou o pacote Mais Habitação e o Governo respondeu com uma posição de força, anunciando que vai reconfirmar o diploma no Parlamento, sem qualquer alteração. Toda a oposição, da esquerda à direita, todas as associações profissionais, todos os técnicos e especialistas independentes garantem que a situação piora se o diploma avançar.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Acha isto normal? Acha normal que, numa situação tão dramática para milhares de portugueses, o Governo recuse um esforço para encontrar convergências com a oposição e vá impor uma política que colhe a unânime discordância das outras forças políticas e do Presidente da República, fazendo o oposto da garantia que deu de que ia ser uma “maioria dialogante”? </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">4. A mesma arrogância e obstinação estão na origem da recusa em recuperar os seis anos, seis meses e 23 dias cumpridos pelos professores em período de congelamento. Não é possível detalhar, no pouco espaço de que disponho, os fundamentos que permitem afirmar que o decreto-lei agora promulgado pelo Presidente da República gera novas injustiças e desigualdades dentro da classe e deixa sem resposta as vertentes mais contestadas de toda a situação, ao não revogar as quotas que cerceiam os acessos aos níveis mais elevados da avaliação do desempenho e ao não eliminar as vagas instituídas para aceder aos 5º e 7º escalões. Por último, permanece a discriminação dos professores relativamente à restante administração pública e, particularmente, aos que ensinam na Madeira e nos Açores.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">O Governo tem dito que os obstáculos são de natureza financeira e de equidade relativamente aos restantes funcionários públicos. São muitas e de proveniências insuspeitas as demonstrações de que o argumento financeiro é falso. Quanto à equidade, a verdade é que, na generalidade das outras carreiras, o tempo de serviço, convertido em pontos, já foi reposto.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Acha isto normal? Acha normal que seja por isto que vamos ter o próximo ano dominado por conflitos laborais, depois dos últimos três, parcialmente perdidos?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 30.8.23</div></div></span></div></div></div></div></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-72214495117085736922023-08-16T08:27:00.010+01:002023-09-15T08:28:58.391+01:00Governo foge às suas responsabilidades sociais<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r39:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">Depois do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior ter instituído a passagem das universidades a fundações públicas de direito privado, o Governo vem agora reforçar o processo de mercantilização do Ensino Superior público, querendo alterar o respectivo modelo de financiamento. Criou para tal a figura dos contratos-programa de desenvolvimento e pretende que fundos regionais, sob gestão das regiões autónomas e das <span><a tabindex="-1"></a></span>Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), bem assim como instituições privadas, passem a pagar parte substancial dos custos de funcionamento das universidades e dos politécnicos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Sob o proclamatório propósito de o novo modelo vir a “fortalecer o papel das instituições de ensino superior no desenvolvimento dos territórios onde se encontram inseridas”, esconde-se, afinal, a intenção de desresponsabilizar o Estado, uma vez mais, da obrigação de financiar o ensino superior. Com efeito, o que a proposta prevê é que, do valor dos “inovadores” contratos-programa, o Governo só pague um terço, cabendo os outros dois terços a instituições privadas ou não governamentais.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">É neste quadro que se impõe a pergunta crítica: como pretende o Governo salvaguardar a independência científica das universidades e dos politécnicos, já que, legitimamente, os investidores quererão ter retorno do seu aporte financeiro? A resposta é óbvia: não pretende, nem se preocupa com essa questão. Mas as consequências também são óbvias: são os interesses privados que, crescentemente, irão influenciar o que se investiga nas instituições e irão pressionar para que o esforço de ensino se concentre nas áreas e nos cursos que mais interessam às suas actividades. Assim, o financiamento das infraestruturas científicas ficará cada vez mais subjugado por exigências de aplicação e de utilidade, como se fosse possível aplicar um conhecimento antes de o produzir. Esta política acabará por matar a ciência.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) não parecem apoiar a medida em análise. Mas os argumentos que aduzem tão-pouco denotam particular preocupação com a perda da independência científica das suas instituições. Talvez porque, de há tempo, já começaram a trilhar esse caminho. Tudo visto, o meu prognóstico para o resultado das negociações que se seguem é fortemente reservado.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Cada vez mais a educação escolar foge do conhecimento universal, do conhecimento civilizacionalmente elaborado ao longo dos tempos, que vale por si mesmo. Paulatinamente, a universidade, instituição por natureza produtora de conhecimento, abstracto ou aplicado, vem-se afastando da erudição, fonte de cultura, para se entregar ao utilitário, gerador de ganhos económicos imediatos. Progressivamente, a universidade vai ficando submersa por aquilo a que Zygmunt Bauman chamou de modernidade líquida: uma época em que as relações económicas suplantaram as humanas e os dinamismos sociais e económicos “escorrem” como os líquidos, por oposição à época anterior, a da modernidade sólida, onde os fenómenos se estabeleciam de modo mais duradouro e a moral nos protegia do consumismo desenfreado e da obsessiva preocupação com o lucro material dos interesses particulares.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A mesma tendência é facilmente identificável nas reformas curriculares em curso no ensino básico e secundário, onde o valor intrínseco do estudo das humanidades, designadamente da Filosofia, da História e da Literatura, foi substituído pelo valor instrumental e imediato de questões menores.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Se à ideia demagógica, segundo a qual o aluno é capaz de construir o seu próprio conhecimento mediante o desenvolvimento de “projectos” assentes em metodologias lúdicas e muita mediação digital, somarmos as “aprendizagens essenciais” (pouca Matemática, resquícios elementares de Português abastardado, pinceladas de ciências várias e línguas estrangeiras, tudo longe da exigência e do rigor da avaliação externa, para não “traumatizar” as crianças e os jovens), temos o actual quadro com que o Estado (não) responde ao direito à Educação, fixado no artigo 26º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 16.8.23</div></div></span></div></div></div></div></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-53463416148605708412023-08-02T08:25:00.001+01:002023-09-15T08:27:01.334+01:00Pode um burocrata desburocratizar? E condenar?<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r6g:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">No que à educação respeita, vejo o Governo alheado da realidade e antecipo, por isso, mais um turbulento ano escolar 2023/24. Atente-se aos sinais mais recentes:</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">1. Pode um burocrata desburocratizar? O gabinete do ministro João Costa fez chegar à imprensa um ramalhete de reluzentes intenções, muitas repetidas e todas objectivamente facultativas, a que chamou 20 medidas para desburocratizar procedimentos em vigor nas escolas. A <span><a tabindex="-1"></a></span>profundidade da coisa está bem expressa na medida 18: “Eliminar a necessidade de tramitação de papéis para justificação de faltas de professores que se encontram em visitas de estudo”. O resto resume-se assim:</div><div dir="auto" style="text-align: start;">Muitas das inutilidades que eram feitas em reuniões nas escolas passam a ser feitas nas casas dos professores. As recomendações para simplificar actas vão ser um belo argumento para impedir que os professores resistentes exprimam por escrito as suas discordâncias relativamente às decisões tomadas. O Projecto Maia escapou à farsa e a “meritocracia” em voga foi servida com um prémio Simplex para as escolas que mais se distingam a beijar a mão à corte de quem manda.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">2. E condenar? Segundo a página da Direcção-Geral da Administração Escolar, 6358 docentes candidataram-se à mobilidade por doença, mas só 4107 lograram colocação. Das 9044 vagas existentes, nem metade foram ocupadas. Subjacente a este apontamento estatístico está a desumanidade com que o ministro da Educação trata professores com doenças incapacitantes ou com familiares de si dependentes, por condições de vida dramaticamente frágeis.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">De acordo com a retórica do ministro, o objectivo que substituiu um direito por um concurso era evitar situações abusivas. Nesta linha discursiva, todos estamos recordados de dois anúncios feitos por João Costa: a realização de 7496 juntas médicas para fiscalizar o que ele apelidou de práticas fraudulentas na mobilidade por doença, primeiro, e o apuramento de 25% de fraudes nas juntas realizadas, depois. </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Independentemente do miserável funcionamento das juntas médicas da época anterior, especializadas em “aviar” professores doentes à razão de 50 por hora e decretar o retorno às aulas de professores vítimas de doenças terminais, que morreram dias volvidos, o que ninguém sabe é quantas juntas da época recente foram feitas. Muito menos o número exacto das fraudes denunciadas, a sua natureza precisa e, sobretudo, que procedimentos sequentes foram tomados. Já que o não fez antes, é imperioso que João Costa fale agora. Melhor dizendo, porque a palavra dele não me merece crédito, traga a público as evidências documentais que lhe permitem condenar, pela segunda vez, milhares de professores desvalidos. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">3. Recuperar aprendizagens sem professores? O Governo prolongou para 2023/24 o plano de recuperação das aprendizagens afectadas durante a pandemia. Mas retirou às escolas créditos horários equivalentes a 3300 professores, que nos últimos dois anos garantiram a execução do plano. Como é possível recuperar aprendizagens, diminuindo drasticamente o reforço de professores para apoio aos alunos?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">4. A surreal novela do veto: entrada de leão, saída de sendeiro, para ficar tudo como dantes, quartel-general em Abrantes. O veto do Presidente da República ao diploma sobre a progressão da carreira dos professores podia ter sido um ponto de partida para algo mudar. Podia, se Marcelo não fosse um mestre do parecer, sem ser. Não me surpreendeu, por isso, que tudo tenha caído por terra, com Marcelo a admitir promulgar o mesmíssimo diploma, simplesmente alindado com uma cosmética vazia de consequências, depois de ter dito o que disse. Só pode ficar surpreendido quem já se tenha esquecido da pirueta com que tentou descolar daquela infeliz declaração que proferiu, segundo a qual “cerca de 400 casos de abusos sexuais de menores não era um número particularmente elevado”.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Marcelo Rebelo de Sousa é um ser volátil, com superiores poderes de adaptação às circunstâncias, para delas tirar dividendos. Hiperactivo, de inteligência brilhante e fulgurante (qualidade importante, mas longe de estar no topo das características que identificam um ser humano superior), Marcelo é omnipresente a discutir tudo com todos, mas avesso a comprometimentos claros que o impeçam, no futuro, como bom acrobata da palavra que é, de reverter a seu favor conflitos novos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 2.8.23</div></div></span></div></div></div></div></div><div><div class="x168nmei x13lgxp2 x30kzoy x9jhf4c x6ikm8r x10wlt62" data-visualcompletion="ignore-dynamic"><div><div><div><div class="x1n2onr6"><div class="x6s0dn4 xi81zsa x78zum5 x6prxxf x13a6bvl xvq8zen xdj266r xktsk01 xat24cr x1d52u69 x889kno x4uap5 x1a8lsjc xkhd6sd xdppsyt"><div class="x6s0dn4 x78zum5 x1iyjqo2 x6ikm8r x10wlt62"><span aria-label="Vê quem reagiu a isto" class="x1ja2u2z" role="toolbar"><span class="x6s0dn4 x78zum5 x1e558r4" id=":r6j:"><span class="x6zyg47 x1xm1mqw xpn8fn3 xtct9fg x13zp6kq x1mcfq15 xrosliz x1wb7cse x13fuv20 xu3j5b3 x1q0q8m5 x26u7qi xamhcws xol2nv xlxy82 x19p7ews xmix8c7 x139jcc6 x1n2onr6 x1xp8n7a xhtitgo"><span class="x12myldv x1udsgas xrc8dwe xxxhv2y x1rg5ohu xmix8c7 x1xp8n7a"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j"></span></span></span></span></span></div></div></div></div></div></div></div></div><span aria-label="Vê quem reagiu a isto" class="x1ja2u2z" role="toolbar"><span class="x6s0dn4 x78zum5 x1e558r4" id=":r6j:"><span class="x6zyg47 x1xm1mqw xpn8fn3 xtct9fg x13zp6kq x1mcfq15 xrosliz x1wb7cse x13fuv20 xu3j5b3 x1q0q8m5 x26u7qi xamhcws xol2nv xlxy82 x19p7ews xmix8c7 x139jcc6 x1n2onr6 x1xp8n7a x1vjfegm"><span class="x12myldv x1udsgas xrc8dwe xxxhv2y x1rg5ohu xmix8c7 x1xp8n7a"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j"></span></span></span></span></span><div class=""><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j"><br /></span></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-61688376279804156522023-07-19T08:23:00.001+01:002023-09-15T08:24:45.792+01:00Uma carcaça em decomposição<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r74:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto">Uma carcaça em decomposição</span></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">Brevemente, teremos António Costa a transformar uma carcaça em decomposição numa educação e numa escola pública que não existem. Antecipo-me ao contraditório a propósito do debate sobre o Estado da Nação para deixar aqui factos recentes, que degradaram ainda mais o sistema de ensino.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Já são cinco os acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa que decretaram ilegais os serviços mínimos com que o ministro da Educação anulou as greves dos professores. <span><a tabindex="-1"></a></span>Numa administração pública decente, este acontecimento teria consequências. Mas, na piolheira em que se movem, ministro e directores colaboracionistas não mexeram uma palha para anular, no mínimo ainda possível, as injustiças que cometeram. São as vítimas que têm de porfiar pela retirada das faltas injustificadas e pelo arquivamento dos processos disciplinares instaurados. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Um projecto de decreto-lei volta a baixar as habilitações necessárias para se ser professor, ainda que só nos casos de contratação pelas escolas. Assim, o mínimo exigível aos licenciados pós-Bolonha para dar aulas de Matemática, História, Filosofia, Geografia, Matemática, e Informática baixa de 120 para 90 créditos ECTS (Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos). Recordo que uma licenciatura corresponde a 180 ECTS. Em vez de aumentar os incentivos para fazer retornar à docência milhares de professores que a abandonaram, apesar de terem habilitação profissional completa, o Governo escolheu a via mais fácil: desqualificou a profissão, reduzindo os requisitos. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A Portaria 190-A/2023 expressa a visão do Governo relativamente à primeira infância: as creches vão poder funcionar noites adentro, ao fim-de-semana, com mais duas crianças por sala, nas salas destinadas a crianças até aos dois anos, e … em contentores. Sim, leu bem: em contentores. “Melhorar a conciliação entre trabalho, vida pessoal e familiar”, “garantir igualdade de oportunidades no trabalho entre mulheres e homens” e fixar que “o horário de funcionamento da creche deve ser o adequado às necessidades dos pais ou de quem exerça as responsabilidades parentais” são nacos de prosa, citados do texto da portaria, que exprimem bem a preocupação do Governo: tudo dispor para que a “produtividade” do “capital humano” não seja perturbada. Qualquer referência aos direitos das crianças, começando pela perniciosa prática de passarem os primeiros anos de vida entregues a cuidadores outros que não os pais naturais, uma simples menção a uma intencionalidade política de ampliar direitos de maternidade e de paternidade, reduzindo, por exemplo, o tempo de trabalho dos progenitores, ou de reforçar o número de trabalhadores, como resposta ao aumento do número de crianças por sala, estão olimpicamente excluídas do texto legal. As escassas palavras que se referem às crianças, porque acompanhadas de decisões visando apenas a protecção do trabalho, são pura hipocrisia.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A inclusão de um razoável número de perguntas de escolha múltipla na prova de Português do 9º ano e no exame do secundário não deve passar sem reparo. Um teste de escolha múltipla pode medir com rigor. Mas perguntas desgarradas não irão além da lógica do Totoloto e da “raspadinha”. Um teste de escolha múltipla bem construído supõe uma bateria de perguntas, que interagem e se validam ou invalidam em cascata. Não é um jogo de azar. Mas um teste de escolha múltipla, muito menos perguntas avulso e desconexas, será sempre impróprio para verificar se um aluno é capaz de exprimir uma ideia original, reproduzir de forma compreensível as ideias dos outros e usar com correcção o código de escrita, falemos de ortografia, sintaxe ou semântica. Admitir que a grandeza da nossa língua possa ser espartilhada por jogos de azar é um triste e redondo disparate. Maior ainda quando o primeiro responsável é catedrático de Linguística.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> Na prova final de Matemática do 9º ano, numa escala em que o valor mínimo é 0% de respostas certas e o máximo é 100%, a média nacional ficou-se nos 43%, cifra que expressa uma regressão aos indicadores de há dez anos. Não chegaram ao limiar do nível positivo 58% dos alunos. Num universo de 94500 provas realizadas no continente, 9527 alunos obtiveram resultados situados no intervalo 0 a 10%. Houve 3131 alunos que não acertaram uma só resposta. Em resumo, um fracasso que nenhuma justificação pode esconder.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público de 19.7.23</div></div></span></div></div></div></div></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-30308718069280088882023-07-05T07:41:00.000+01:002023-07-13T07:41:55.898+01:00Vamos continuar assim?<p></p><p><!--[if gte mso 9]><xml>
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</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">no <i>Público</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">5 de Julho de 2023</span><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">por <b>Santana Castilho</b>*</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"> </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O ano letivo que terminou foi
tudo menos normal no que toca às aprendizagens que ficaram para trás. Os alunos
mais penalizados pela turbulência que o caracterizou são os mesmos que pouco ou
nada aprenderam durante os anos de pandemia, aqueles cujo futuro depende em
exclusivo do que a escola pública lhes possa dar. E sem pôr fim ao conflito
entre os professores e o ministro da Educação não haverá paz no próximo ano letivo,
muito menos educação para todos.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A pandemia, a perda de aulas por
falta de professores e a irregularidade de funcionamento trazida à escola pelos
conflitos laborais, face mais visível das desastrosas políticas de Educação em
curso, fizeram crescer o mercado das explicações, de que resultou um acentuado
aumento das persistentes desigualdades de oportunidades entre alunos. Segundo
disse à Renascença o presidente do Conselho Nacional de Educação, cerca de 200
mil estudantes, isto é, metade dos alunos do ensino secundário em Portugal, têm
explicações, cujos custos, naturalmente, são suportados pelas famílias. Vamos
continuar assim?</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nos últimos dias foi notícia uma
decisão que nos deveria fazer reflectir: o governo sueco, que há 15 anos
iniciou um processo de digitalização da educação, vai regressar ao ensino
baseado em livros de papel. Os meios tradicionais de ensino vão substituir os ecrãs
e os quadros digitais. Motivo? A acentuada diminuição das capacidades de
leitura, escrita e expressão das crianças suecas, que o contacto demasiado
precoce com a digitalização provocou.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A introdução das tecnologias
informáticas nas escolas deve ser progressiva e nunca alheia à produção
científica das neurociências, quanto às suas influências no desenvolvimento
neuronal dos alunos dos primeiros anos de escolaridade.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Entre nós, a imbecilização das
práticas pedagógicas, com destaque para a digitalização da educação, feita à
bruta e precipitadamente, está a transformar os nossos jovens em seres cada vez
menos pensantes e reflexivos, em simples sorvedores passivos e acríticos de
tudo aquilo que os ecrãs lhes apresentam. Claro que o fenómeno tem responsáveis
adultos: pais e professores comodistas, manipulados por uma legião de
promotores de ideologias perniciosas, apresentadas como pedagogias modernas.
Vamos continuar assim?</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">É urgente que a denominada
sociedade civil desperte para o sombrio que mancha a paisagem humana das nossas
escolas: preocupantes sinais de violência na relação entre alunos e no seu
relacionamento com professores e funcionários; esgotamento físico e psíquico do
corpo docente, vergado pelo grotesco burocrático de tarefas inúteis; êxodo
precoce dos professores mais experientes; clima de luta insana por uma carreira
sem futuro, donde se esvaíram a cooperação e a confiança que cimentavam a
comunidade humana dos docentes; uma organização curricular que confunde um
quadro de formação global, pacificamente aceite pelo senso pedagógico comum como
determinante para as restantes aprendizagens, com as chamadas “aprendizagens
essenciais”, que querem equiparar o que não é equiparável, em sede de
currículo. Vamos continuar assim?</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Desde Dezembro que o S.TO.P. não
faz outra coisa que não seja convocar greves por tempo indeterminado, com
resultados praticamente nulos e nenhuma mobilização crescente visível, que
apenas contribuíram para vulgarizar, banalizar e descaracterizar um instrumento
sério de luta dos trabalhadores. Agora, decretou mais uma greve às avaliações,
até 15 de Julho. No quadro político que todos conhecemos, designadamente o
impacto dos serviços mínimos vigentes, espera o S.TO.P., realisticamente, que a
sua iniciativa tenha algum resultado prático? Aliás, por que razão nunca o
S.TO.P. apresentou à opinião pública o número dos grevistas que conseguiu
mobilizar, referidos a termos circunstanciais precisos?</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">De uma relevância inicial, galvanizadora
de vontades e disponibilidades, o S.TO.P. rapidamente passou a alinhar com as
mesmas rotinas que sempre criticou nas outras organizações sindicais, a denegar
na actuação o que propalou na retórica promocional, numa palavra, a deixar que
a seriedade (se alguma vez a teve) desse lugar ao habitual folclore
protestativo, que não dignifica a classe. A desilusão a que o S.TO.P. me
conduziu teve o tamanho da ilusão que inicialmente me provocou. Vamos continuar
assim? </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #999999;">*Professor do ensino superior</span></p> <br /><p></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-43924948295097937522023-06-21T08:50:00.004+01:002023-06-21T08:50:32.458+01:00António Costa, o cartaz e os rankings<p><br /><span style="color: #999999;">no <i>Público</i></span></p><p><span style="color: #999999;">21/6/2023</span></p><p>por <b>Santana Castilho</b>*</p><p><br /><br /></p><p style="text-align: justify;">1. Desde 10 de Junho que o tema de todos os dias é o alegado racismo do cartaz que irritou<br />António Costa. O cartaz e a reacção de António Costa convergiram num ponto: a vulgaridade<br />discursiva do contraditório político. A inapropriada invocação de racismo não é nova em<br />António Costa. Já a tínhamos visto, por exemplo, no Parlamento, numa inusitada resposta a<br />Assunção Cristas. Tão-pouco foi nova a “elegância” retórica usada para responder aos<br />manifestantes. Tivemos dela uma nota eloquente quando António Costa se referiu aos<br />militantes da Iniciativa Liberal, dizendo que “quando tentam guinchar, os queques ficam<br />ridículos&quot;. O resto foi uma manobra mediática, previamente pensada para prejudicar a<br />imagem pública dos professores e o generalizado apoio às suas reivindicações.<br />Podemos continuar a discutir a acidez do cartaz, ou se é ou não portador de mensagem<br />racista. Mas se o fizermos, sobretudo fixando-nos apenas na sua literalidade, tropeçamos na<br />rasteira que António Costa nos passou. Entendamo-nos: tanto o cartaz de António Costa, como<br />outro, análogo, de João Costa, foram usados em várias manifestações, há vários meses.<br />Porquê, então, esta reacção, só agora? Porque António Costa optou por uma estratégia de<br />vitimização para desviar a discussão política daquilo que é essencial e realmente interessa. E o<br />que a todos interessa, particularmente ao futuro dos alunos e do país, mas a António Costa<br />incomoda, é discutir a forma de interromper uma política educativa distópica, pela qual ele é o<br />principal responsável.<br />António Costa não gostou do que lhe mostraram na manifestação de professores<br />descontentes, em Peso da Régua. E irritou-se, visivelmente, quando dialogou com eles. Mas os<br />professores também não gostam do que António Costa lhes vem fazendo, e às suas famílias,<br />há anos, e estão, igualmente, visivelmente irritados.<br />Por exemplo, na conversa envenenada sobre o descongelamento das carreiras, é<br />simplesmente patusca a ideia dominante de António Costa: os professores devem ficar-lhe<br />eternamente agradecidos por ter descongelado as carreiras em 2018. Como se a coisa fosse<br />uma magnânima liberalidade e não um retomar de uma obrigação legal, que nunca deveria ter<br />sido interrompida. Como se não tivessem sido dois governos do PS, um deles a que o próprio<br />António Costa pertenceu, que, por duas vezes, decretaram tal atropelo à lei. Como se fosse<br />natural congelar uma carreira, suspendendo parcial e unilateralmente, a favor do Estado, um<br />contrato assinado com os professores, titulado por Decreto-Lei não derrogado.<br />Não há muito tempo, António Costa considerou absurdo que um professor seja colocado a<br />centenas de quilómetros de casa. Mas não só os quase oito anos que já leva de Governo foram<br />insuficientes para resolver o problema, como a sua última iniciativa legislativa o ampliou<br />enormemente.<br />Os professores estão cansados dos atropelos à sua dignidade, das mentiras e da desonestidade<br />intelectual do ministro da Educação, que António Costa suporta com a mesma obstinada<br />arrogância com que suportou Cabrita e agora Galamba.<br /><br />2. Os rankings voltaram às primeiras páginas dos jornais. Apesar de não me aquecerem a alma,<br />não são o diabo que o ministro da Educação pinta, sobretudo se tivermos em conta a evolução<br />da forma como a informação tem vindo a ser tratada e as correlações estabelecidas entre as<br />diferentes variáveis disponíveis.<br />Sem perder de vista que as escolas públicas acolhem todos os alunos, com todas as carências e<br />debilidades sociais e económicas, enquanto as privadas escolhem os seus alunos, mesmo para<br />além da selecção que a propina de entrada e as mensalidades se encarregam de ditar, não é só<br />essa circunstância que explica que os lugares cimeiros, em todos os rankings, pertençam a<br />escolas privadas e que quase tenha duplicado o número das públicas com média negativa nos<br />exames (30% a Português e 70% a Matemática). O que explica a indesmentível mediocridade<br />dos resultados das escolas públicas é a degradação que as caracteriza, com milhares de aulas<br />perdidas por falta de professores, com um currículo nacional retalhado e reduzido a indigentes<br />“aprendizagens essenciais” e com uma indisciplina sem controlo, que se apossou da sala de<br />aula. Tudo questões bem mais importantes que os exercícios hermenêuticos sobre cartazes<br />satíricos.</p><p style="text-align: left;"><br /><span style="color: #999999;">*Professor do ensino superior </span><br /></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-22644911496406793722023-06-07T09:09:00.020+01:002023-06-07T09:09:00.136+01:00A escola dos ricos e a escola dos pobres<p><br /><span style="color: #999999;">no <i>Público</i></span></p><p><span style="color: #999999;">7 de Junho de 2023</span></p><p>por <b>Santana Castilho</b>*</p><div style="text-align: left;"> </div><p>Dois anos de pandemia e um ano de conflitos permanentes já comprometeram<br />demasiadamente o futuro de milhares de estudantes, privando-os do direito crucial a uma<br />educação pública de qualidade. Não podemos continuar assim.</p><p>O sistema público de ensino está profundamente doente, vítima do culto de banalidades<br />destruidoras do conhecimento e do rigor e de práticas gestionárias alimentadas pela<br />sobranceria da ignorância. Tudo o que pode ser feito para melhorar o nosso sistema de ensino<br />é conhecido. Mas as decisões dos últimos anos têm ignorado o conhecimento que a<br />investigação em Epistemologia da Educação tem proporcionado, designadamente a produção<br />científica de investigadores de orientação cognitivista. Urge, assim, parar a distopia pedagógica<br />em que vivemos, que nos vai afastando dos resultados médios da OCDE, a que chegámos com<br />o esforço de tantos e apesar das diferenças políticas de sempre.</p><p>“Os professores não param”, gritam os próprios a um ministro enfastiado. Mas sem resultados<br />para a luta que travam desde há meio ano, de que sobram evidências lapidares: continuam<br />mergulhados em tarefas aberrantemente burocráticas e improdutivas, têm como nunca a<br />dignidade profissional e a independência intelectual calcadas por políticas de terror social e<br />clamam pela contagem do tempo de serviço, correndo sobre uma espécie de passadeira<br />rolante, que os esgota, sem saírem do mesmo sítio.</p><p>Poderá o país aceitar este desperdício de gente formada à custa de muitos milhões?<br />Poderá a Educação continuar sob a tutela de um ministro que desconhece o que se conhece?<br />Que não faz? Que desfaz? Que sonega? Que manipula? Que mente? Que dificulta?<br />Se aceitarmos que uma civilização é um conjunto de valores fundamentais, que resultaram da<br />partilha de um passado comum e determinam uma forma particular de ver o mundo e regular<br />uma sociedade, deve-nos preocupar seriamente o tanto que a escola pública perdeu nos<br />últimos anos.</p><p>Os proclamados bons resultados económicos não têm contribuído para obstar à degradação<br />da Educação e à sangria dos seus profissionais qualificados. Outrossim, o sistema de ensino<br />tem sido uma das principais vítimas do desinvestimento nos profissionais do Estado e os<br />alicerces da democracia estão a ser corroídos pelo divórcio existente entre as necessidades<br />urgentes do sistema de ensino e as medidas erradas tomadas pelo Governo.</p><p>Consequentemente, vão-se construindo em Portugal duas vias de ensino: uma privada, para<br />elites, alicerçada na tessitura dos saberes clássicos com as novas tecnologias e no estudo<br />estruturado das Humanidades, das Ciências, das Línguas e das Artes; outra, pública, dita<br />inclusiva, para o povo pobre, edificada sobre os escombros da desconstrução do currículo<br />nacional e limitada às “aprendizagens essenciais”.</p><p>E perante tudo isto, vivemos numa bolha mediática que confere tempo generoso à divulgação<br />de protestos animados por bombos e gaitas e aos jogos cínicos da disputa entre o Presidente<br /><br />da República e o primeiro-ministro, mas raramente consigna espaço ao substantivo e dá voz a<br />quem tem conhecimento fundamentado sobre a causa dos problemas e a forma de os<br />resolver, confrontando e debatendo alternativas, num exercício de verdadeiro debate político<br />sobre a vida dos alunos, das famílias e dos professores.</p><p>Vai encerrar-se um ano lectivo quase perdido e já pairam nuvens negras sobre o próximo. A<br />escola pública carece de uma intervenção de emergência, sendo certo que nenhuma<br />terapêutica gerará resultados se não incluir as reclamações justas dos professores e não anular<br />os absurdos nefandos que os calcam. Receita mínima para os remover: assumir a educação<br />como prioridade política; aceitar a decantada recuperação do tempo de serviço dos<br />professores, ainda que repartida ao longo dos próximos anos; alterar profundamente o<br />estatuto da carreira docente; institucionalizar e dimensionar realisticamente quadros<br />docentes, de pessoal auxiliar e de equipas multidisciplinares; eliminar a burocracia estéril;<br />garantir a disciplina na sala de aula e a autoridade do professor; extinguir os agrupamentos<br />escolares; alterar o modelo de gestão dos estabelecimentos de ensino, recuperando a sua<br />democraticidade; proceder à reformulação integral do plano de estudos do ensino obrigatório<br />e dos respectivos conteúdos disciplinares.</p><p><br /><span style="color: #999999;">*Professor do ensino superior</span></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-29194689970117530452023-06-05T09:09:00.002+01:002023-06-05T09:09:19.311+01:00O estado a que a Educação chegou<div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r2p:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><span style="color: #999999;">no <i>Público</i></span></div><div dir="auto" style="text-align: start;"><span style="color: #999999;">24 de Maio de 2023</span></div><div dir="auto" style="text-align: start;">por <b>Santana Castilho</b><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">No meio da turbulência política que se vive, passa despercebida a gravidade de muito do que vai sucedendo na Educação. Mas, independentemente das sensibilidades partidárias, é impossível que os portugueses atentos à vida pública não sintam uma profunda inquietação com o estado do nosso sistema de ensino e com o futuro dos alunos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Greves, manifestações, cordões humanos, acampamentos, vigílias, idas a Bruxelas, uma greve de fome, petições <span><a tabindex="-1"></a></span>públicas, abaixo-assinados e demais iniciativas mobilizadoras, ao longo de seis meses, que resultados deram? Estes: </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">1. A convicção não é só minha, mas genérica: os concursos de colocação de professores, que acabam de ocorrer, vão prejudicar os docentes, vão piorar o já atribulado funcionamento das escolas e gerar uma nova vaga de abandono da profissão. À destruição desumana do equilíbrio familiar mínimo, a um ano de prazo, dos que concorreram, somar-se-á a revolta dos milhares que, apesar de terem os tais 1095 dias de serviço, não satisfizeram os ardilosos critérios de vinculação. Como se o anterior não chegasse, há que contar com as nefastas consequências do funcionamento dos chamados “conselhos de zona pedagógica” e com o diploma sobre o tempo de serviço, que se seguirá. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> 2. Já se viu o suficiente para dizer que as provas de aferição em formato digital redundarão num grande fiasco, apesar do presidente do Instituto de Avaliação Educativa ter afirmado, irresponsavelmente, que existiam todas as condições para o seu arranque. Ao erro conceptual acresceram sucessivos erros operacionais, que evidenciaram a incompetência do IAVE e contribuíram para o desaire da iniciativa. </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Será aceitável submeter a provas de aferição em formato digital alunos do 2º ano da escolaridade básica, sem competências sólidas de leitura e escrita, de caligrafia titubeante porque a sua motricidade fina ainda lhes coloca problemas de manuseamento de um instrumento de escrita? É a todos os títulos censurável a desvalorização da importância da escrita manual que daqui resulta. A capacitação digital é desejável e requerida. Mas precedem-na outras capacitações, que têm sido doentiamente ignoradas. Paralelamente, a 15 de Maio, os responsáveis pelos exames da zona norte, centro e Lisboa demitiram-se, criando assim dificuldades à realização dos exames nacionais.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">3. A competência leitora dos nossos alunos do 4º ano da escolaridade básica, apurada nos resultados do PIRLS 2021, recentemente conhecidos, vem a piorar desde 2011: 541 pontos em 2011, 528 em 2016 e 520 agora. Mas o ministro da Educação, do alto da sua hilariante narrativa, qual seguidor da escola burlesca de TariK Aziz, ignorou esta factualidade e declarou-se “surpreendido pela positiva”, encontrando progressos onde há um evidente retrocesso. A falta de seriedade intelectual deste mestre da Patafísica (a “ciência” das soluções imaginárias), que deturpou grosseiramente os dados dos testes a que os alunos se submeteram, para enganar a opinião pública, não ficou sem resposta. Com fina elegância, João Marôco” (“O vaso vazio”, Púbico de 20/5/23) explicou bem, em registo documentado, aquilo que o ministro foi: cavaleiro de triste figura. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">4. Na senda do que já tinha acontecido em 2018, os juízes da 4ª Secção do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) consideraram ilegais os serviços mínimos aplicados às greves dos professores, alegando que "o direito à greve só pode ser sacrificado no mínimo indispensável" e que "a imposição de serviços mínimos no setor da educação cinge-se às atividades de avaliações finais, de exames ou provas de caráter nacional, que tenham de se realizar na mesma data em todo o território nacional". Nada que os professores e as suas organizações sindicais não tivessem já dito, desde o início do contencioso.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Pois é com este pano de fundo que o ministro da Educação, primeiro responsável pela ilegalidade, porque foi ele que requereu a intervenção dos colégios arbitrais, se pretende desresponsabilizar, afirmando que não cabe ao Governo resolver os casos das faltas injustificadas ou dos processos disciplinares contra professores que aderiram às greves.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Tomara eu que estas linhas ajudem os mais ausentes a perceber como age e como reage o ministro da Educação, que se diria refém de uma qualquer peça de Ionesco, tantos são os absurdos em que se enleia.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 24.5.23</div></div></span></div></div></div></div></div><div><div class="x168nmei x13lgxp2 x30kzoy x9jhf4c x6ikm8r x10wlt62" data-visualcompletion="ignore-dynamic"><div><div><div><div class="x1n2onr6"><div class="x6s0dn4 xi81zsa x78zum5 x6prxxf x13a6bvl xvq8zen xdj266r xktsk01 xat24cr x1d52u69 x889kno x4uap5 x1a8lsjc xkhd6sd xdppsyt"><div class="x6s0dn4 x78zum5 x1iyjqo2 x6ikm8r x10wlt62"><span aria-label="Vê quem reagiu a isto" class="x1ja2u2z" role="toolbar"><span class="x6s0dn4 x78zum5 x1e558r4" id=":r2s:"><span class="x6zyg47 x1xm1mqw xpn8fn3 xtct9fg x13zp6kq x1mcfq15 xrosliz x1wb7cse x13fuv20 xu3j5b3 x1q0q8m5 x26u7qi xamhcws xol2nv xlxy82 x19p7ews xmix8c7 x139jcc6 x1n2onr6 x1xp8n7a xhtitgo"><span class="x12myldv x1udsgas xrc8dwe xxxhv2y x1rg5ohu xmix8c7 x1xp8n7a"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j"></span></span></span></span></span></div></div></div></div></div></div></div></div><span aria-label="Vê quem reagiu a isto" class="x1ja2u2z" role="toolbar"><span class="x6s0dn4 x78zum5 x1e558r4" id=":r2s:"><span class="x6zyg47 x1xm1mqw xpn8fn3 xtct9fg x13zp6kq x1mcfq15 xrosliz x1wb7cse x13fuv20 xu3j5b3 x1q0q8m5 x26u7qi xamhcws xol2nv xlxy82 x19p7ews xmix8c7 x139jcc6 x1n2onr6 x1xp8n7a x1vjfegm"><span class="x12myldv x1udsgas xrc8dwe xxxhv2y x1rg5ohu xmix8c7 x1xp8n7a"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j"></span></span></span></span></span><div class=""><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j"><br /></span></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-79300390813155271862023-05-10T07:07:00.001+01:002023-05-10T07:07:00.135+01:00É urgente trazer adultos à sala<p> <!--[if gte mso 9]><xml>
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</p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">no <i>Público</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">10 de Maio de 2023</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;">por <b>Santana Castilho</b>*</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"> </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O último número teatral de
António Costa foi uma rasteira palaciana, que nada teve de corajosa. Na senda
do seu costumado jeito, serviu-lhe para desviar as atenções dos desastres da
governação e mostrar que mentir compensa. Em 2001, António Guterres demitiu-se
para evitar o pântano político. Em 2023, António Costa mergulhou
definitivamente no pântano que criou. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">É neste quadro pantanoso que desmontar
as incongruências indizíveis da degradação a que se chegou na Educação não será
tarefa simples. Mas clama, urgentemente, por adultos na sala. Olhemos para as
mais recentes:</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- A prova de aferição de
Expressão Artística do 2º ano pediu a alunos de 7/8 anos para criarem uma
escultura em pé com uma folha de papel e para imitarem o movimento e o som de
uma minhoca e de um sapo cego. Sim, leu bem. De um sapo, mas cego! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Para além deste grotesco, não
resultam ganhos das provas de aferição. Quando delas saem conclusões válidas
sobre as dificuldades dos alunos, nada acontece de diferente para as resolver.
O passado mostra que apenas lhes sucedem mais papéis para preencher e mais
cascatas de formação lírica, a que os professores se submetem com a tolerância
dos burros de carga. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- O ministro de Educação foi dar
a sua bênção a mais uma iniciativa de caricato “eduquês”. Todos os dias, cada
aluno da Escola Básica Integrada Dr. Anastácio Gonçalves, em Alcanena, é
examinado pelo “termómetro da felicidade”, ao entrar na sala de aula. A
geringonça socorre-se da inteligência artificial para “avaliar os seus
pensamentos, sentimentos e comportamentos e definir as emoções que está a
sentir” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Mirante</i>, de 30.4.23).
Estas eloquentes informações são depois transmitidas aos docentes, que as
integrarão nas suas estratégias metodológicas e didácticas.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- De acordo com o relatório <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Resultados Escolares: Sucesso e Equidade</i>,
da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEC), 91% dos
alunos do 1º ciclo, 95% do 2º ciclo, 90% do 3º ciclo, 77% dos cursos
científico-humanísticos do secundário e 70% dos cursos profissionais concluíram os respectivos ciclos de estudo nos anos previstos, isto é, sem
chumbos.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Mas, que sucesso maravilhoso é
este? Encontramos a resposta noutro relatório, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Provas Finais e Exames Nacionais: Principais Indicadores – 2022,</i> da
mesmíssima DGEC. Com efeito, considerando apenas o 3º ciclo (porque,
prudentemente, o ME acabou com a avaliação externa final no 1º e 2º), em
Português houve 37% de negativas, com uma média de 2,9, numa escala de 1 a 5, e
em Matemática só 42% dos alunos conseguiram nota positiva, ainda assim com a
mais que sofrível média de 2,5, na mesma escala de 1 a 5. Eis a medíocre
expressão quantitativa dos conhecimentos adquiridos, demonstrados em sede de
exames nacionais, pelos 90% dos celebrados percursos de sucesso. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">E já que estamos em época de
inúteis provas de aferição, recordemos as conclusões que o IAVE extraiu das de
2021 (5º e 8º anos): a percentagem de alunos que respondeu “sem dificuldades”
oscilou, ao longo dos diferentes domínios de avaliação, entre uns pobres 2,7 e
44,2%, verificando-se que, na maioria deles, essa percentagem ficou abaixo dos
20%.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Fica agora mais claro o
significado verdadeiro de tantos terminarem os ciclos de estudos sem chumbos?
Dito de modo mais curto e grosso: o Ministério da Educação promove e celebra a
ignorância, obrigando os professores a passarem de ano os alunos,
independentemente daquilo que eles sabem.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">As narrativas avaliativas
institucionais estão desprovidas de credibilidade e não conseguem mascarar os
resultados medíocres das aprendizagens dos alunos. Assim, a questão crítica
está longe de ser a decantada recuperação dos efeitos da pandemia ou a falta de
professores. A questão crítica reside na mudança radical das políticas públicas
de educação. Como é evidente, este apelo à mudança é impossível de concretizar
sem o afastamento completo dos responsáveis políticos e seus satélites pelo
desastre a que chegámos. E como é mais evidente ainda, tal mudança não passa,
por ora, de uma utopia necessária a alunos, professores e famílias. Sintetizando,
para além da conjuntura, é o futuro que está em causa. É urgente trazer adultos
à sala. Para recuperar o senso comum e servir o povo e o Estado.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #999999;">*Professor do ensino superior</span></p>
<p></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-86028401279913971122023-04-29T06:59:00.001+01:002023-04-29T06:59:17.870+01:00Pela educação e pela liberdade<p> </p><div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r25:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">Comemorámos ontem mais um 25 de Abril, 49 anos após o poder ter passado do Estado Novo para a III República, estando em crise muitas das melhores ideias de Abril, particularmente no que respeita à educação e à liberdade. </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Eu sei que a plenitude da liberdade é desígnio utópico. Com efeito, os modelos de organização social, particularmente os modernos, assentam cada vez mais em ligações de interdependência, das mais variadas naturezas. Mas é o grau <span><a tabindex="-1"></a></span>de liberdade o determinante maior da nossa qualidade de vida. Dito isto, rejeito que seja plenamente democrática uma sociedade que não paute o seu desenvolvimento pela universalização do bem-estar dos seus cidadãos, desde que de passo síncrono com um profundo respeito pelas suas liberdades individuais. Porém, conciliar e exercer a liberdade de pensamento dentro das organizações, formais ou informais (partidos políticos, grupos religiosos, redes sociais ou grupos de opinião) é cada vez mais difícil, para não dizer penoso.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A pandemia instaurou uma espécie de pensamento único, intolerante ao contraditório das correntes dominantes, e promoveu falsos moralismos e pretensos argumentos de autoridade para defesa de medidas sanitárias, que se constituíram como instrumentos repressivos, usados contra quem ousasse divergir. Reconheça-se que com o apoio generalizado da sociedade, que facilmente trocou liberdade por segurança, e com a ajuda de uma comunicação social que se demitiu de investigar e se limitou a reproduzir, sem sindicar. Com efeito, a legalidade democrática é frequentemente vítima de uma promiscuidade evidente entre a comunicação social e as agendas globalistas, sejam elas económicas, políticas ou de costumes.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A Constituição (CRP) é assumida cada vez mais como estorvo e cada vez menos como a referência que se jurou respeitar e cumprir. Assim, o legado de Abril de 1974 está presentemente ameaçado por uma revisão constitucional que PS e PSD, sem terem para tal pedido mandato aos eleitores, se preparam para fazer. E que propõem? Suprimir o direito à liberdade, consignado no artigo 27º da CRP, para que os cidadãos possam ser detidos sem ordem judicial, para que a livre circulação seja proibida sem necessidade de decretar o estado de emergência e para que o Estado possa devassar as comunicações privadas, com a mesma ligeireza com que a PIDE devassava o correio. Se permitirmos isto, enterramos de vez o 25 de Abril e o desiderato constitucional de construir “um país mais livre, mais justo e mais fraterno”.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Perdida a soberania e a independência para uma Europa governada por não eleitos, hoje alienada pela guerra e subserviente aos EUA, saibamos ao menos continuar a manter a protecção constitucional à liberdade, à liberdade de opinião e circulação, à educação, à saúde, à habitação e à cultura. E saibamos promover uma cidadania activa, que se oponha à crescente dessintonia entre as práticas governamentais e o respeito por esses direitos fundamentais.</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Cumulativamente, a educação vive a maior crise da democracia. Temas centrais, geradores dum conflito que já dura há seis meses (contagem do tempo de serviço, redução da burocracia imperante, mobilidade por doença, respeito pelos horários legais de trabalho consagrados na lei, criação de condições para o rejuvenescimento da profissão docente, discriminação laboral dos professores em monodocência, destruição sistemática da coerência curricular, interferência governamental na independência intelectual, científica e metodológica dos professores, entre outros) continuam a ser olimpicamente ignorados por parte do ministro da Educação, em sede das negociações.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">António Costa não está apenas desatento ao desmoronamento do nosso sistema de ensino, submetido a ideologias destemperadas, apresentadas como pedagogias modernas. Está completamente desinteressado e alheio. Boiou no mar encapelado da “geringonça” porque a sua sobrevivência apenas dependia dos seus dotes de manipulador e malabarista político de vida inteira. Agora afogou-se, porque a maioria absoluta revelou o vazio absoluto do seu pensamento reformista e estratégico. </div><div dir="auto" style="text-align: start;">A sociedade aguenta mais três anos a esbracejar no lamaçal de incompetências e mentiras, que têm vindo a corromper a democracia portuguesa?</div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 26.4.23</div></div></span></div></div></div></div></div>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-77507288656209984962023-04-12T08:05:00.000+01:002023-04-12T08:05:03.096+01:00Estamos apenas a mascarar o falhanço<p></p><p><!--[if gte mso 9]><xml>
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</p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">no <i>Público</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">12 de Abril de 2023</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;">por <b>Santana Castilho</b>*</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"> </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Os professores foram os obreiros
de um tão justo quão ímpar protesto social nos últimos seis meses, tanto mais
significativo quanto conta com uma maioritária concordância dos portugueses,
expressa em sondagens. Em resposta, o Governo quer impor a sua vontade, sem
acordo, via um primeiro decreto-lei. E trabalha agora no desenho de um segundo,
dito de recuperação de tempo de serviço. Tudo com imoral indiferença pelos
professores.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A força da união entre professores,
independentemente de filiações partidárias ou sindicais, foi, até agora,
irrelevante para a obtenção de resultados. Os “negociadores” sindicais foram,
até agora, simples actores de liturgias destinadas a terminar com a imposição
da vontade do Governo. Mário Nogueira foi, neste sentido, tristemente lapidar,
à saída da reunião do passado dia 5, quando felicitou o Ministério da Educação
por lhe conceder mais oportunidades de prolongar a farsa. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Há muito que os sindicatos deviam
ter adoptado iniciativas diferentes das que têm usado e se têm revelado
ineficazes. Há muito que os sindicatos deviam ter abandonado reuniões de
negociação onde são vexados e simplesmente tratados como idiotas úteis,
obedientes e previsíveis. E se acima citei Mário Nogueira foi apenas por ter
sido ele quem explicitou o que critico. Mas fica claro que a minha crítica
engloba o S.TO.P., que afinal apenas se contentou com um lugar à mesa.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O estado da Educação transparece
em pleno da (falta de) qualidade das negociações em curso. Com outros
protagonistas, a crise da escola pública poderia ser o ponto de partida para
uma discussão séria sobre o futuro da Educação. No entanto, tudo não passa do
cumprimento de uma exigência legal, repito, que deve preceder o momento em que
o Governo impõe a sua vontade. Deste modo, não é possível resolver problemas,
mas tão-só agravá-los e empurrá-los para a frente. Deste modo, há uma realidade
que tem de ser encarada: os sindicatos estão apenas a mascarar o falhanço.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O decreto-lei que modifica todo o
processo de recrutamento e vinculação de professores já está em Belém, para
promulgação. O diploma em análise, que só piora o mau que já estava em vigor,
tem dois objectivos, a saber:</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">1. Evitar, manhosamente, após a
intimação da Comissão Europeia, de Julho passado, que o Tribunal Europeu de
Justiça se pronuncie sobre as políticas discriminatórias do Estado português em
matéria de contratação de professores.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">2. Atamancar, de qualquer jeito e
sem respeito pelo direito dos professores a terem uma vida familiar minimamente
estável, a caótica falta de docentes para assegurar o ensino obrigatório, fruto
da incompetência dos governantes para lidarem com um problema há anos previsto.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A chamada “vinculação dinâmica” é
uma oferenda de Pirro, perpetrada por um Maquiavel de pacotilha, que propõe uma
separação coerciva, permanente e cruel de milhares de professores das
respectivas famílias. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A este diploma vai brevemente
juntar-se um outro, que consignará a correcção das chamadas “assimetrias na
progressão da carreira”. Só que, de cada vez que o Ministério da Educação se
propõe corrigir asneiras anteriores, novos disparates promove. O anunciado
“acelerador” para resolver assimetrias provocadas pelo congelamento da carreira
docente é antes um exclusor de muitos professores e um gerador de novas
injustiças. A defesa que o ministro faz da sua proposta não expõe apenas a
incompetência técnica. Revela a sua lamentável desonestidade intelectual.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Os olhares viram-se agora para
Belém. O Presidente da República promulga ou veta os diplomas? Ele próprio
declarou que recebeu contributos de muitos professores e que aguarda que o
Governo responda a dúvidas e perguntas que formulou. Duvido que os vete. Mas, se
os promulgar, assina uma carta de alforria para destruir milhares de famílias.
A propósito, recorde-se que, em Dezembro passado, em Ourém, Marcelo disse que
os professores se queixavam com razão. E reiterou essa razão quando, na
entrevista de Março à RTP, foi bem explícito a defender que o Governo devia
acordar com os sindicatos um modo de recuperar o tempo de serviço, se não
integralmente, pelo menos de forma parcial.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #999999;">*Professor do ensino superior</span></p> <br /><p></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-32750394306151784792023-03-29T06:40:00.009+01:002023-03-29T06:40:51.167+01:00Todo o poder só se constrói sobre o consentimento dos que obedecem<p> <!--[if gte mso 9]><xml>
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</p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">no <i>Público</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">29 de Março de 2023</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;">por Santana Castilho*</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"> </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">1. Depois de meses de continuada
contestação, os professores apenas reforçaram a sua coesão e ganharam apoio
público. São resultados exíguos, que sugerem a pergunta: acabarão os
professores por cumprir imposições injustas, que os derrotam? <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Se há coisa que se afigura clara
para quem vem acompanhando a conduta do ministro da Educação nas negociações
com os sindicatos é que as reduz a rituais fadados a epílogos coercivos, sob
forma de decretos-lei, que não acolhem as pretensões mais importantes dos
docentes. Assim sendo, parece evidente que só novas formas de luta poderão
retirar os professores do impasse em que estão.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ao longo dos anos foram crescendo
diversas hierarquias de dominância (administrativas, pedagógicas,
disciplinares, sindicais, políticas) no sistema de ensino, que desenvolveram
nos professores uma tendência para simplesmente obedecer (mesmo discordando e
reclamando) aos que detêm cargos de poder. Foram muitos anos de
condescendência, ora por comodismo, ora por falta de opinião suficientemente
formada sobre o que, em circunstâncias particulares, protege a desobediência.
Com efeito, o problema maior da obediência é o de sabermos até que ponto é
legítimo desobedecer.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Se olharmos para a história do
pensamento humano, é forçoso reconhecer que muitos dos acontecimentos que
promoveram o desenvolvimento e o progresso das sociedades radicaram em actos de
desobediência. Por outro lado, sabemos que quanto maior é a coesão dentro de um
grupo, mais fácil se torna resistir e desobedecer às pressões que o agridem. É
este o momento ímpar, de uma fortíssima coesão entre os docentes, que ora se
vive. Luís Costa, um dos professores mais abnegados da nossa classe, entendeu-o
e convidou os colegas a assumirem publicamente o compromisso de desobedecerem à
prestação de serviços mínimos ilegais. Fê-lo com um texto bem fundamentado em
várias disposições legais e no acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de
10.10.18, que declarou ilegais os serviços mínimos anteriormente determinados
para greves às avaliações finais. Oxalá muitos o sigam, para que as coisas
mudem e a Educação ganhe.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">2. As perplexidades subjacentes
ao que acabo de escrever ficaram patentes no que acabou por ser a primeira
reunião da nova ronda negocial, com uma ordem de trabalhos circunscrita aos
seguintes temas: correção dos chamados “efeitos assimétricos” sobre a carreira
docente, decorrentes do período de congelamento; redução da burocracia nas
escolas; correção da desigualdade na redução da componente letiva relativa à
monodocência; regularização de vínculos de Técnicos Superiores e Técnicos
Especializados sem funções de formação; apresentação de calendário negocial. Se
é evidente que esta agenda deixa de fora o que é mais importante para o futuro
da escola pública, a análise dos detalhes das primeiras propostas do ministro
expõe a inutilidade do que se seguirá. Retomo a pergunta de partida: acabarão
os professores por cumprir imposições injustas, que os derrotam?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">3. Das diferentes áreas da
governação, a imagem que perdura é a de que quem manda não sabe o que fazer.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Acentuaram-se as desigualdades e
cresceu o número de famílias profundamente afectadas pela queda do rendimento
real, provocado pelo aumento dos preços dos bens de primeira necessidade. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Sem que disso se fale, reformados
e pensionistas da Caixa Geral de Aposentações sofrerão cortes em 2024. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Enquanto o ministro da Saúde
justifica a falta de comida no Hospital de Santa Maria com o estranho argumento
de que a alimentação não é uma prioridade nas urgências, António Costa dá, em
Santarém, 43 milhões de euros a projeto para passarmos a comer insectos.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Depois de uma semana de inusitada
guerra aberta em torrão luso, Marcelo e Costa, então na República Dominicana,
vestidos de igual, com uma espécie de bibe branco, mudaram o registo do
fala-fala dispensável para modo de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">reality
show</i> de afagos e elogios mútuos. Sofreu a credibilidade de ambos e a
qualidade da vida pública que nos oferecem.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Não vão bem a democracia, a
liberdade e a paz social. Que bem nos faria, se todos reflectissemos sobre o
alcance do título deste escrito: todo o poder só se constrói sobre o
consentimento dos que obedecem.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">*Professor do ensino superior</p>
<p></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-59392997875524628742023-03-15T11:01:00.002+00:002023-03-15T11:01:15.683+00:00Os professores entre a consciência e a lei<p>Os professores entre a consciência e a lei<br /><br />Santana Castilho*<br /><br />1. Como se esperava, terminou sem acordo a reunião suplementar entre o Ministério da<br />Educação e os sindicatos. O que se segue? A promulgação de um diploma que colocará<br />milhares de professores, contra a sua vontade, a centenas de quilómetros de casa, dificultará<br />ainda mais os mecanismos de aproximação à residência e conferirá aos directores o poder de<br />afastar os professores incómodos, mesmo que sejam do quadro. Numa palavra, passará a<br />vigorar um normativo que só piora o que já estava em vigor.<br />E seguem-se novas reuniões negociais para debater a recuperação do tempo de serviço. Mas<br />sobre a matéria, João Costa já esclareceu que as próximas negociações não se ocuparão da<br />recuperação do tempo de serviço de todos os professores, mas sim das compensações<br />(“correcção dos efeitos assimétricos”, no dizer do ministro) a atribuir aos que tenham sido<br />mais prejudicados durante o congelamento das carreiras.<br />Aquilo que o ministro agora apoda de “efeitos assimétricos” é uma epígrafe maliciosa para<br />uma ideia racionalmente sem nexo e eticamente desprezível. Limpando-a dos floreados<br />palavrosos do ministro, o que ela significa é isto: João Costa vai entrar, mais uma vez de má-fé,<br />numa negociação viciada, porque já tem o resultado antecipadamente determinado, qual seja<br />distribuir umas migalhas a uns e discriminar os restantes. Como se não tivessem trabalhado<br />todos, João Costa propõe-se promover ultrapassagens indecorosas, com um confrangedor<br />desprezo pela justiça mínima.<br />2. Duas sondagens recentes e a observação simples dos factos expõem o fracasso da estratégia<br />de manipulação da opinião pública promovida pelo Governo e, particularmente, por João<br />Costa, no contencioso com os professores. Mas, no domínio dos resultados, João Costa levou a<br />dele avante: a sua política ruinosa avançou e um péssimo decreto-lei vai ser aprovado num<br />Conselho de Ministros inerte ante a destruição do sistema nacional de ensino e da escola<br />pública.<br />A união genuína dos professores e a abnegação com que se entregaram a manifestar<br />publicamente a sua repulsa pelas políticas nefastas de que são vítimas não demoveram um<br />ministro desumano e incompetente. Daí a pergunta que se impõe: que fazer agora?<br />Talvez reflectir sobre a forma como Peter Singer aborda, no seu livro “Ética Prática”, a relação<br />entre a consciência individual e a lei. A dado passo, o autor formula esta pergunta:<br />“Temos alguma obrigação moral de obedecer à lei, quando a lei protege e sanciona coisas que<br />achamos totalmente erradas?”.<br />E Peter Singer responde a si próprio pela escrita de Henry Thoreau, assim:<br />“Terá o cidadão de entregar a sua consciência ao legislador, nem que seja por um só momento<br />ou no grau mínimo? Para que terá então todo o homem uma consciência? Penso que devemos<br />ser em primeiro lugar homens e só depois súbditos. A única razão que tenho o direito de<br />assumir é a de fazer sempre aquilo que penso ser justo”.<br /><br />Posto isto, que bela lição dariam os professores a João Costa se o deixassem a falar sozinho<br />com o diploma que vai levar a Conselho de Ministros e nem um só dos contratados<br />concorresse à pérfida vinculação dinâmica! A que outra artimanha recorreria o criativo<br />ministro, para não ser levado ao Tribunal de Justiça da União Europeia, por incumprimento da<br />correlata Directiva 1999/70/CE?<br />3. A realização das provas de aferição em suporte digital é um processo que começa a revelar-<br />se como de princípio era de prever: sem computadores suficientes, sem estruturas de base<br />(rede eléctrica e de Internet preparadas e adequadas nas escolas) e muitos alunos<br />insuficientemente familiarizados com as rotinas informáticas, não passa de uma iniciativa de<br />novos-ricos irresponsáveis. O irrealismo (Projecto de Desmaterialização das Provas de<br />Avaliação Externa) terminará, antecipo, atribuindo, como é habitual, a culpa do fracasso às<br />escolas e à falta de formação dos professores.<br />A esta vertente operacional acresce a mais importante, sobre a qual venho a escrever, de há<br />muito: sendo a utilização do digital desejável e incontornável, não deve ser impulsionada por<br />dogmas políticos, antes com a consideração dos avanços científicos no domínio das<br />neurociências, particularmente da psicologia cognitiva. E esses avanços permitem expor a<br />pobreza pedagógica e a limitação de exames assentes em escolhas múltiplas.</p><p><br />*Professor do ensino superior <br /></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-53772360931581108042023-03-01T10:59:00.001+00:002023-03-15T11:00:01.848+00:00As mercês pouco sérias de João Costa <div><div class="" dir="auto"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1swvt13 xjkvuk6" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id="jsc_c_cc"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xdj266r x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;"><br /></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto" style="text-align: start;">António Costa disse que quando o ministro da Educação fala é ele que está a falar. Ora quando o António afirma que a recuperação do tempo de serviço dos professores custa 1300 milhões ao ano e o João diz que essas contas estão agora a ser feitas, em qual Costa devemos acreditar? Por outro lado, quando, há dias, o Ministério das Finanças disse que a recuperação custava 331 milhões, fê-lo sem antes ter feito contas? </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Quando, na última <span><a tabindex="-1"></a></span>entrevista ao Jornal das 8 da TVI, António Costa disse não ter sido ele nem um governo dele que congelou a carreira dos professores, apenas jogou com as palavras. Com efeito, era ministro do Governo durante cuja vigência foi determinado o primeiro congelamento da carreira dos professores (Lei 43/2005, de 29/08). Formalmente foi a Assembleia da República. De facto, a AR apenas obedeceu aos ditames de um Governo de maioria absoluta do PS.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">Uma negociação séria e um entendimento justo não é um jogo de manipulação da verdade e dos factos.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">É sério apontar a “queda” do Conselho Local de Directores como uma cedência, quando se propõe, a seguir, a criação do Conselho de Quadros de Zona Pedagógica, constituído pelos mesmíssimos directores, agora apenas referidos a áreas geográficas diferentes?</div><div dir="auto" style="text-align: start;">É sério anunciar como progresso que os quadros de zona pedagógica passam de dez a 63, diminuindo-lhes a extensão, quando os parágrafos sete e oito do artigo 55º do anteprojecto do DL, que estabelece o novo regime de gestão e recrutamento do pessoal docente, acaba por manter tudo como antes?</div><div dir="auto" style="text-align: start;">É sério o ministro e o primeiro-ministro apregoarem que querem acabar com os professores de “casa às costas”, quando os professores dos quadros de agrupamento, até agora inamovíveis dos seus agrupamentos, passam a poder ser deslocados para qualquer local dentro da sua zona pedagógica, para completarem horas lectivas? </div><div dir="auto" style="text-align: start;">É sério exigir aos que venham a adquirir vínculo que concorram a todo o país no concurso seguinte?</div><div dir="auto" style="text-align: start;">É sério o ministro da Educação dizer que a graduação profissional persiste como indicador universal para colocar professores, quando o normativo que propõe continua a dar mandato aos directores para a ignorarem?</div><div dir="auto" style="text-align: start;">Na peugada da miserável visão estratégica de Maria de Lurdes Rodrigues, de dividir para vencer, foi mais uma vez desastrosa a ideia, do ministro da Educação, de recuperar o tempo de serviço apenas para os professores colocados nos primeiros escalões da carreira. Sempre que João Costa fala, a chama da discórdia aumenta.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">É minha convicção que a maioria dos professores actua diarimente ao contrário daquilo em que acredita. Sociologicamente, este comportamento paradoxal explica-se porque os professores foram simplesmente instruídos a fazer de determinado modo e estão condicionados pela propaganda e pelo medo. Sucede, neste quadro, que a sua obediência à autoridade tem limites. </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Duas sondagens acabam de mostrar que os portugueses apoiam esmagadoramente a luta dos professores, enquanto o PS cai 9% nas intenções de voto. As continuadas mentiras e iniciativas pouco sérias do Governo para desacreditar a luta dos professores junto da opinião pública falharam.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">Todavia, o Governo continua a fugir a uma negociação séria, pelo que é necessário, agora, produzir documentos com propostas de resolução do contencioso, que demonstrem, a par da firmeza, maturidade e sensatez. Do mesmo passo, devem os professores ser protagonistas de iniciativas arrojadas e inéditas, que respondam às tentativas governamentais de anular o direito à greve. </div><div dir="auto" style="text-align: start;">Dou um exemplo: aos serviços mínimos pode responder-se com serviços máximos. Que quero dizer com isto? Recusa absoluta de fazer em casa seja o que for. Permanência integral de 35 horas por semana nas escolas, sendo apenas e só no local de trabalho que os professores passam a cumprir as tarefas a que por lei estão obrigados. Notificação aos directores para que indiquem aos professores os espaços onde passam a preparar lições, corrigir testes e satisfazer todos os compromissos. Fim de utilização dos computadores pessoais e de Internet privada para aceder às plataformas do sistema. Fim de utilização de carro próprio para deslocação entre as escolas do agrupamento. Tudo legal, sem qualquer ónus possível para os professores.</div><div dir="auto" style="text-align: start;">A novilíngua, a do século da paixão de João Costa, o XXI, chama a isto "quiet quitting". </div><div dir="auto" style="text-align: start;"> </div><div dir="auto" style="text-align: start;">In "Público" de 1.3.23</div></div></span></div></div></div></div></div><p> </p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-45713752724078962972023-02-15T10:52:00.001+00:002023-02-17T10:59:51.009+00:00Se não agora, quando?<p> <!--[if gte mso 9]><xml>
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</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"> <span style="color: #999999;">no <i>Público</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">15 de Fevereiro de 2023</span><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;">por <b>Santana Castilho</b>*</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Em protesto contra um vasto
número de questões que se foram acumulando, sem resposta, ao longo de
sucessivos governos e anos, há mais de dois meses que estão activas greves no
sector da Educação. Neste período, ocorreram quatro grandes manifestações em
Lisboa e muitas mais por todo o país. Analisando o fenómeno, não importa sob
que ângulo, é forçoso reconhecer que ele só é explicável por haver uma genuína,
verdadeiramente espontânea rejeição dos professores relativamente às políticas
que lhes têm sido impostas. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Se descermos ao detalhe, as
causas mais próximas são, entre outras, uma crescente falta de professores, de
professores de educação especial e psicólogos, de pessoal não docente, queixas
relativas ao facilitismo e à indisciplina galopantes, ao aumento exponencial da
inútil sucata burocrática, à precariedade, às regras abusivas que dificultam a
progressão na carreira, ao desadequado e iníquo modelo de avaliação do
desempenho, à extorsão de tempo de serviço, a salários baixos, ao tratamento
desumano dispensado aos professores velhos e doentes e ao menosprezo pelos
alunos mais vulneráveis, em nome de uma “inclusão” que exclui. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Se virmos de cima, é afinal a
escola mínima, amputada de conhecimento e orientada para formar cidadãos disponíveis
para aceitar trabalho apenas remunerado com salário mínimo, que os professores contestam.
É este ensino público para os pobres, enquanto os ricos fogem para os melhores
colégios privados, que os professores rejeitam. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Com efeito, passaram-se sete anos
sob influência de uma ideologia pedagógica que reduziu os professores a meros
receptores de directivas para produzir sucesso martelado e certificar a
ignorância. Sete anos de uma propaganda que fala da geração mais preparada de
sempre, quando apenas se trata, coisa bem diferente, da geração que mais tempo
permaneceu, obrigatoriamente, na escola. Ora se houvesse dúvidas sobre a
determinação dos professores em romper com o estado a que chegou o sistema de
ensino, elas foram varridas pela gigantesca manifestação de sábado passado.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Aqui chegados, subsiste a dúvida
maior: estará, finalmente, o Governo consciente de que tem de negociar ou,
outrossim, continuará com a esperança, como maliciosamente o Presidente da
República sugeriu, em que "há um momento em que a simpatia, que de facto
há na opinião pública em relação à causa dos professores, pode virar-se contra
eles"? </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Se prevalecer a primeira hipótese,
que me parece imperiosa e a única admissível, o Governo tem de negociar com
seriedade, remover o seu descolamento da realidade, até aqui patenteado,
corrigir a inércia para responder à crise e aceitar que o problema da
recuperação do tempo de serviço não pode ser iludido. Tem custos? Naturalmente
que sim. Mas os sindicatos já se manifestaram receptíveis a dilui-los ao longo
de vários anos e a soluções parciais, para quem por elas opte, de traduzir
parte deles em tempo válido para efeito de reforma. Tudo por forma a não
prejudicar o equilíbrio das contas públicas. Por outro lado, importa recordar
que, já em 2019, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental da Assembleia da
República disse ser essa uma falsa questão, apresentando custos para a
recuperação total de todo o tempo de serviço de todas as carreiras especiais da
função pública bem inferiores aos que o Ministério das Finanças invoca.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A propósito do decantado
“equilíbrio das nossas contas públicas", Fernando Medina, em entrevista à
TVI, disse recentemente: "O país não tem só professores”. Fernando Medina
tem razão. O país não tem só os professores. Tem o escândalo da TAP (3.200
milhões) para pagar, os desmandos dos bancos (22.049 milhões, segundo números recentes
do Tribunal de Contas) para amortizar, a Jornada Mundial da Juventude (80
milhões) para organizar, a Brisa (140 milhões) para compensar, a Ucrânia (250
milhões) para ajudar, mais, entre tantas outras “liberalidades”, os
politicamente muito convenientes aumentos dos magistrados e juízes, de 2019, e
as milionárias e imorais indemnizações de agora e do futuro, para continuar a
“honrar”. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Mas, se não agora, quando
perceberia o Governo que tem de fazer justiça?</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #999999;">*Professor do ensino superior</span></p>
<p></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-9945621143035737312023-01-18T08:54:00.001+00:002023-01-18T08:55:46.036+00:00Os habilidosos<p></p><p><!--[if gte mso 9]><xml>
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</p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">no <i>Público</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="color: #999999;">18 de Janeiro de 2022</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;">por <b>Santana Castilho</b>*</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"> </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">"<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sabemos que nos mentem. Eles sabem que nos mentem. Eles sabem que nós
sabemos que nos mentem. Nós sabemos que eles sabem que nós sabemos que eles nos
mentem. E, mesmo assim, eles continuam a mentir</i>."</p>
<p class="MsoNormal">Alexander Solzhenitsyn</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">1. A inesperada maioria absoluta
do PS trouxe à governação o cheiro da decadência. Na Educação, a descolagem da
realidade tornou a área nauseabunda. Para quem já viveu a implosão do guterrismo
e do socratismo, a situação presente prenuncia fim idêntico.</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Infelizmente, o debate sobre as
questões da Educação só ocorre sob ondas de alarme e de urgência, quando as
coisas começam a descambar gravemente e a paz podre fica ameaçada. É nessa
altura que os políticos habilidosos acordam. </p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Considerando que
os pré-avisos das greves em curso foram enviados com a antecedência
legalmente prevista, a haver algumas objecções ou dúvidas, era nessa altura que
deveriam ter sido levantadas. Porquê só agora o Governo pede pareceres sobre a
sua legalidade? O que podiam e deveriam ter feito os habilidosos António e João
Costa, durante sete anos, tantos quantos levam de governo, para, com tempo, e
não agora, que os professores se levantaram do chão, evitar os prejuízos aos
alunos e às famílias, que hoje invocam para, uma vez mais, tentar virar a
sociedade contra os professores?</p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">2. Na
intervenção de abertura de uma audição na Comissão Parlamentar da Educação, João
Costa afirmou que “o Governo nunca propôs qualquer processo de municipalização
do recrutamento de professores”. Tem razão o manipulador. O que o habilidoso
propôs foi que, depois de recrutados os professores e colocados em “mapas
intermunicipais”, seriam conselhos locais de directores, funcionando sob tutela
de Comissões Intermunicipais e substituindo a graduação profissional e as
preferências legitimamente manifestadas pelos candidatos por “perfis de
competências” por eles concebidos, que definiriam os locais de trabalho dos
novos escravos. Ou seja, o artista escolheu um trilho bem mais sinuoso, para
chegar ao mesmo resultado, isto é, desvirtuar completamente o actual modelo de
concursos. Este ministro é o cérebro duma pedagogia que substituiu ciência por
crenças, que excluiu em nome da inclusão, que trocou rigor por facilitismo e
que transformou um edifício sério num bazar de bugigangas. Este ministro é um criador de burocracia doentiamente controladora, que há sete anos
vem, laboriosamente, escravizando os docentes portugueses.</p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">O aceno patético
aos manifestantes, em Coimbra, o discurso fantasioso aos directores, na Maia, ou
a réplica ao que Sampaio da Nóvoa escreveu, certificaram um ministro definitivamente
imprestável para gerir o caos que criou e incapaz de perceber que os protestos
actuais são geneticamente diferentes dos anteriores.</p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">3. O primeiro-ministro
disse que os protestos resultam de “muito erro de percepção”, porventura de
“uma contra-informação grande através da rede WhatsApp, dizendo que os
presidentes de câmara é que passavam a contratar os professores, o que é
absolutamente mentira”. “Quanto ao pessoal docente não há nenhuma competência a
transferir para as câmaras. Isso é uma falsidade total”, também disse. </p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">O erro é de
percepção ou do que está escrito na Resolução do Conselho de Ministros n.º
123/2022, de 14 de Dezembro? Se lá está atribuída às CCDR (que resultam da
vontade dos presidentes das câmaras) a incumbência de “acompanhar, coordenar e
apoiar a organização e funcionamento das escolas e a gestão dos respetivos
recursos humanos e materiais, promovendo o desenvolvimento e consolidação da
sua autonomia “, a que devemos dar crédito? Ao que escreveu ou ao que disse
António Costa?</p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">E disse, ainda,
ser essencial mudar um modelo de concurso que faz com que os professores andem
“anos e anos com a casa às costas” até se vincularem. Que cara dura! Se assim
pensa, por que nada fez<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>durante os
últimos sete anos?</p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">4. A nota enviada
à comunicação social pela Confederação Nacional das Associações de Pais
(Confap), apelando ao Governo para que decrete, “com urgência, serviços mínimos
e adequados a que os alunos possam permanecer no interior da escola em
condições de segurança e com o direito à refeição”, merece um esclarecimento.</p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Não existem
serviços mínimos em Educação. Já uma vez foram ilegalmente decretados, mas o Tribunal
da Relação reconheceu o abuso. </p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #999999;">*Professor do ensino superior </span></p> <br /><p></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-76505366149643409752023-01-16T10:35:00.004+00:002023-01-16T10:37:41.255+00:00Santana Castilho na CNN-P<p> - com o botão direito do rato, clicar em "open link"<br /></p><p>https://cnnportugal.iol.pt/videos/este-ministro-e-um-artista-que-julga-que-os-outros-sao-uns-mentecaptos-que-nao-sabem-ler-nem-escrever/63c2a7770cf2665294d0c8ce?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=ed-cnnportugal&fbclid=IwAR32BqlyCYS6_7V0hl8byADYGNKCS2-hlujiF7k05EF63SF9v96-zbRJAfI <br /></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3847949863055587347.post-11056539851291136582023-01-04T07:51:00.002+00:002023-01-04T07:51:17.443+00:00A luta dos professores contra um governo poluto<p> </p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="color: #999999;"><span style="line-height: 21.6px;">in <i>Público</i></span></span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="line-height: 21.6px;"><span style="color: #999999;">4/1/2022</span><br /></span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="line-height: 21.6px;">por <b>Santana Castilho</b>*</span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="line-height: 21.6px;"> </span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-style: italic; line-height: 21.6px;">“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.</span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">Bertolt</span><span style="line-height: 21.6px;"> Brec</span><span style="line-height: 21.6px;">h</span><span style="line-height: 21.6px;">t</span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">Em nove meses de </span><span style="line-height: 21.6px;">governo, o </span><span style="line-height: 21.6px;">resultado de uma maioria absoluta poluta e nepotista é uma pazada de demissões pelos mais escabrosos motivos </span><span style="line-height: 21.6px;">e um ano lectivo </span><span style="line-height: 21.6px;">que </span><span style="line-height: 21.6px;">recomeçou num clima de conflitualidade como há muito não se vivia.</span><span style="line-height: 21.6px;"> Com efeito, na</span><span style="line-height: 21.6px;"> e</span><span style="line-height: 21.6px;">ducação, o ambiente é de </span><span style="line-height: 21.6px;">um </span><span style="line-height: 21.6px;">profundo mal-estar</span><span style="line-height: 21.6px;">, gerado por </span><span style="line-height: 21.6px;">onda</span><span style="line-height: 21.6px;">s</span><span style="line-height: 21.6px;"> de</span><span style="line-height: 21.6px;"> desorientação e deslumbramentos vazios de racionalidade, assentes em sucessivas </span><span style="line-height: 21.6px;">torrentes de solicitações asfixiantes, sob nomes pomposamente modernos mas substantivamente inúteis</span><span style="line-height: 21.6px;">,</span><span style="line-height: 21.6px;"></span><span style="line-height: 21.6px;">que tornaram num suplício o nobre</span><span style="line-height: 21.6px;"> acto</span><span style="line-height: 21.6px;"> de ensinar. </span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 5px; margin-top: 5px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">Na acção deste g</span><span style="line-height: 21.6px;">overno
é possível identificar padrões de comportamento político: quando as
escolhas se revelam imprudentes, os autores não assumem a
responsabilidade; quando as situações confi</span><span style="line-height: 21.6px;">guram escândalos, os </span><span style="line-height: 21.6px;">responsáveis
políticos rasgam as vestes para garantir que as desconheciam; quando os
casos se acumulam, o líder da casta vocifera: habituem-se!</span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">Sem subtilezas linguísticas</span><span style="line-height: 21.6px;">, António Costa é o verdadeiro responsável por um governo poluto, </span><span style="line-height: 21.6px;">que</span><span style="line-height: 21.6px;"> te</span><span style="line-height: 21.6px;">m reduzido os professores a simples funcionários, cada vez mais desautorizados e despromovidos socialmente. </span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">António Costa deu campo aberto </span><span style="line-height: 21.6px;">ao narcisismo político de aventureiros irresponsáveis e fez ouvidos de mercador ao </span><span style="line-height: 21.6px;">que pensa a </span><span style="line-height: 21.6px;">maioria dos professores de sala de aula </span><span style="line-height: 21.6px;">sobre </span><span style="line-height: 21.6px;">as
madraças da flexibilidade e da inclusão, criadas para pastorear
incautos e transformar velharias falhadas em tendências pedagógicas
novas. </span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">António Costa é o verdadeiro responsável </span><span style="line-height: 21.6px;">por, </span><span style="line-height: 21.6px;">de modo cruel e perverso,</span><span style="line-height: 21.6px;"> ter posto</span><span style="line-height: 21.6px;"> a sociedade e a opinião p</span><span style="line-height: 21.6px;">ública contra os professores, </span><span style="line-height: 21.6px;">para </span><span style="line-height: 21.6px;">lhes retirar o direito à greve, </span><span style="line-height: 21.6px;">para lhes retirar força salarial</span><span style="line-height: 21.6px;">, </span><span style="line-height: 21.6px;">para lhes roubar o tempo de trabalho cumprido. </span><span style="line-height: 21.6px;">Com o seu cínico </span><span style="line-height: 21.6px;">jeito, </span><span style="line-height: 21.6px;">nomeou mor</span><span style="line-height: 21.6px;">domos, que odeiam os docentes</span><span style="line-height: 21.6px;">, em lugar de ministros, sem </span><span style="line-height: 21.6px;">perceber que morre lentamente uma sociedade que não acarinha os seus professores.</span><span style="line-height: 21.6px;"> Agora,</span><span style="line-height: 21.6px;">finalmente</span><span style="line-height: 21.6px;">,</span><span style="line-height: 21.6px;"><wbr></wbr> tem os </span><span style="line-height: 21.6px;">docentes </span><span style="line-height: 21.6px;">na rua a lutar contra diversas fidalguias partidárias (sindicalismo tradicional incluído) e a </span><span style="line-height: 21.6px;">reclamar </span><span style="line-height: 21.6px;">o direito de ensinar em paz, a</span><span style="line-height: 21.6px;">ntes que acabem, definitivamente, </span><span style="line-height: 21.6px;">abandonados num país onde </span><span style="line-height: 21.6px;">o acto pedagógico</span><span style="line-height: 21.6px;"> livre</span><span style="line-height: 21.6px;"> se transforme em prática administrativa ou obediência doutrinária</span><span style="line-height: 21.6px;">. </span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">O
que, na senda dos anteriores, reconheçamos, os governos de António
Costa fizeram foi tão miserável e tirânico que os professores se
sentiram, finalmente, convocados para dizer não a anos de decisões
catastróficas para o ensino público. </span><span style="line-height: 21.6px;">Agora, d</span><span style="line-height: 21.6px;">as duas, </span><span style="line-height: 21.6px;">uma: ou </span><span style="line-height: 21.6px;">os
professores ganham ou o país perde. Porque o Costa, João, autor
material, com o alheamento do Costa, António, autor moral, têm vindo a
promover o lento homicídio do ensino público e a pôr em causa o futuro
das crianças e dos jovens alunos portugueses. Porque a pedagogia e as </span><span style="line-height: 21.6px;">didácticas assentes na ciência são distintas das proclamações de João Costa e prosélitos, assentes em dogmas fanáticos. </span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">Muitas críticas </span><span style="line-height: 21.6px;">à greve</span><span style="line-height: 21.6px;"> dos professores parecem </span><span style="line-height: 21.6px;">não lhes reconhece</span><span style="line-height: 21.6px;">r</span><span style="line-height: 21.6px;"> o direito à luta</span><span style="line-height: 21.6px;"> por melhores condições de trabalho e pela retoma da dignidade profissional</span><span style="line-height: 21.6px;"> e esquecer que a </span><span style="line-height: 21.6px;">greve é um instituto </span><span style="line-height: 21.6px;">de ma</span><span style="line-height: 21.6px;">nifestação de descontentamento, constitucionalmente consagrado na nossa </span><span style="line-height: 21.6px;">democracia representativa. Por outro lado, </span><span style="line-height: 21.6px;">p</span><span style="line-height: 21.6px;">ara que a democracia seja mais do que apenas formalmente </span><span style="line-height: 21.6px;">representa</span><span style="line-height: 21.6px;">tiva, qualquer governo deve permanecer aberto e atento à expressividade das greves</span><span style="line-height: 21.6px;">. S</span><span style="line-height: 21.6px;">ó assim o exercício da apregoada “soberania do povo” ganha sentido </span><span style="line-height: 21.6px;">durante os quatro anos que se</span><span style="line-height: 21.6px;">param os ciclos eleitorais. </span><span style="line-height: 21.6px;"></span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;">Por
tudo isto, os professores precisam hoje da solidariedade dos pais.
Porque não há futuro para os seus filhos sem educação, não há educação
sem ensino público e não há ensino público sem professores dignificados.
Por tudo isto, os pais não podem deixar os professores a lutar
sozinhos.</span><span style="line-height: 21.6px;"> Todavia, temos u</span><span style="line-height: 21.6px;">m</span><span style="line-height: 21.6px;">a comunidade parental que tem ficado passiva perante o </span><span style="line-height: 21.6px;">rasto de destruição </span><span style="line-height: 21.6px;">do ensino público</span><span style="line-height: 21.6px;">,</span><span style="line-height: 21.6px;"> </span><span style="line-height: 21.6px;">por</span><span style="line-height: 21.6px;">que ainda não compreendeu como tem sido gerida a educação, particularmente na </span><span style="line-height: 21.6px;">esfera públi</span><span style="line-height: 21.6px;">ca. E</span><span style="line-height: 21.6px;">spero </span><span style="line-height: 21.6px;">bem </span><span style="line-height: 21.6px;">que sejam</span><span style="line-height: 21.6px;"> agora </span><span style="line-height: 21.6px;">muitos os </span><span style="line-height: 21.6px;">pais </span><span style="line-height: 21.6px;">portugueses </span><span style="line-height: 21.6px;">que passem a compreender como a luta dos professores é, também, uma luta pelo futuro dos seus filhos.</span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 21.6px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;"> </span></p><p style="font-size: 18px; line-height: 1.2; margin-bottom: 5px; margin-top: 5px;"><span style="line-height: 21.6px;">*Professor do ensino superior</span></p>ALhttp://www.blogger.com/profile/17436532983910831450noreply@blogger.com0