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30/10/2010

Introdução a "Os Bonzos da Estatística"

Título: Os Bonzos da Estatística – Ideias Falsas que Travaram a Educação
Autor: Santana Castilho
Editora: Edições Pedago
Data: Setembro de 2009



Introdução

A quem não se aliste num partido sobram poucas variantes de intervenção política. A escrita é uma delas. Ao “Público”, meu jornal diário desde que nasceu, devo o privilégio de poder sujeitar ao juízo exigente dos seus leitores artigos de análise de política de Educação.

Há oito anos que escrevo no “Público”, de forma sistemática, mesmo sem interrupção durante as férias. Ora estava eu justamente posto em sossego, durante férias que não quis, quando a “Pedago” me manifestou interesse em dar forma de livro às minhas crónicas.

Fará sentido verter para papel de livro o que se escreveu em papel de jornal?
Uma crónica de jornal reflecte o espírito dum tempo e o modo como o autor o leu. Sucumbe com o jornal, sarcófago das emoções do cronista, na voracidade do dia seguinte. O livro perdura, vence o tempo e permite uma leitura conjunta do que foi atirado ao vento. Penso que há tempos que, para não serem esquecidos, porque não devem ser esquecidos, justificam que se fixe em livro o que se escreveu para jornal. O leitor desta colectânea dirá se tenho razão.

O tempo a que me referi foi o critério que delimitou o período para colectar as crónicas: são as escritas durante a vida do actual Governo. O seu conjunto tem um fio condutor e uma unidade de pensamento: a minha oposição, desde o primeiro momento, às políticas de José Sócrates, para a Educação, e não só. Muitas das razões estão bem expressas nos próprios textos. Outras poderão, um dia, vir a lume.

Os textos aparecem sob a versão original, apenas poupados a uma ou outra gralha que, desta feita, não escaparam, e estão organizados segundo a cronologia da publicação. Pensei contextualizar, em notas de rodapé, referências implícitas a factos políticos da altura em que foram escritos e que hoje podem prejudicar a percepção de algumas significâncias por parte dos menos atentos á política. Mas acabei desistindo porque me pareceu serem interrupções de leitura, indesejáveis em textos curtos.

Para além de apresentar o volume, esta introdução quer exprimir agradecimentos. Ao Nuno Pacheco, um grande jornalista. Aos leitores, particularmente aos que me escreveram. De entre estes, àqueles que, sendo professores, me disseram coisas que guardo no coração.

Santana Castilho

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