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10/11/2016

“America's Brexit”

retirado daqui

Curto e Claro

“America's Brexit”

Embora literalmente “bocejado” pela sorte de ainda aguentar “directas” (refiro-me, do mesmo passo, a uma noite sem dormir e às eleições americanas) é ousado escrever de cabeça zonza. Leiam tudo, que será curto. E sejam generosos, se não resultar claro.

Por todo o mundo, cada vez mais se verifica que os cidadãos já não se dão ao trabalho de votar. Talvez porque pouco muda, eleição após eleição, epifenómenos menores de uma ordem mundial maior (leia-se financeira e corrupta). Não foi assim com o Brexit, não foi assim nestas eleições americanas. Talvez porque cansados, desiludidos com o poder do dinheiro e com a supremacia da ordem global, os cidadãos preferem arriscar no que não conhecem a viver com o que conhecem.
Ninguém sabe o que será a América de Donald Trump, que, importa sublinhar, conquistou também o Senado e o Congresso. Mas todos sabíamos o que seria a América de Hillary Clinton.
Ninguém sabe o que passará para o exercício do poder de um discurso de campanha autoritário, mentiroso, xenófobo, homofóbico, misógino, racista e instável de Trump. Mas (invoco a atenuante da noite em claro) a eternização da perfídia de Washington, sustentada pelos títeres de Wall Street (combustível e comburente de Hillary) seriam alternativa melhor? Estamos agora mais perto ou mais longe de um terceiro conflito bélico, à escala mundial? Significativo, neste âmbito, (coisa menos iluminada pelos holofotes dos jornais e das televisões que os escândalos de Trump) é ver como os falcões do Pentágono ameaçaram demitir-se se Trump ganhasse.
Ninguém sabe o que se segue. Mas todos sabemos que as consequências do “America's Brexit” chegarão a todo o mundo. Se não o assassinarem antes.

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