18/06/2013

Aos professores do meu país, em luta pelo futuro dos seus alunos

- Segunda-feira, 17 de Junho de 2013 às 8:57 

 No dealbar deste Dia, retomo palavras que dirigi aos professores do meu país, noutro Dia, não distante: 

Se eu fosse músico, apanhava todos os sons do riso das crianças, mais os gritos de raiva que abalam a Injustiça, o bater do coração que finalmente alcança, juntava tudo num cantar de Esperança e, neste dia, enchia com ele o ar à tua volta. 

Mas, sabes bem, eu sou apenas mais um… Podia ser pintor e agarrar o Sol, o Mar e o Voo, meter-lhes dentro a alma da tua Escola, marcá-los com o brilho dum olhar – claro como gelo ao sol do despertar, quente como fogo a arder no peito de quem vive - e encher com as suas cores o espaço do teu mundo

Mas, sabes bem, eu sou apenas mais um… 

Se eu fosse escritor, sim! Inventava as palavras que dizem a Justiça por que anseias – desde a raiz da Vida até ao fim do Tempo –, as mesmas palavras que dizem Liberdade e Razão, e com essas palavras que inventasse, fazia da Vida que constróis o teu Poema

Mas, sabes bem, eu sou apenas mais um… 

Santana Castilho

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 Paula Alexandra Almeida Verdade, Professor, somos apenas uma gota de água. Mas formamos um oceano.

Mariza Gonçalves Obrigada pela força! Sabe bem termos a certeza de que alguém como o senhor está do nosso lado. Custa ouvir alguns comentários de pessoas que se julgam inteligentes e sabedoras do que se passa no ensino. Precisamos mesmo dessa força.

Ernesto Costa Obrigado Professor! Partilhei a sua Nota, com um Poeta que muito admiro, José Luis Peixoto e espero que ele que é um grande escritor escritor, sim! Invente«as palavras que dizem a Justiça por que anseias – desde a raiz da Vida até ao fim do Tempo –, as mesmas palavras que dizem Liberdade e Razão, e com essas palavras que inventasse, fazia da Vida que constróis o teu Poema.» 

Maria Dolores Cortés Obrigada Professor Santana Castilho. Nós, que defendemos a escola e os nossos alunos, precisamos de vozes como a sua que nos dão ânimo e apoio. 

 Mário Jorge O Sr. Professor está também de parabéns por tudo o que tem feito para melhorar a capacidade de intervenção cívica de todos os professores. Pedimos-lhe que continue a sua missão. Muito obrigado.

Maria Almeida Obrigada pela sua força, pela sua luta e pelo apoio aos professores. Pena que nem todos o reconheçam.

Nídia Colaço Parabéns Professor, pelas suas lindas e sábias palavras, como sempre,... Obrigada. Tenho muito orgulho por ter sido sua aluna

Carlos Jardim Quando a Alma é grande... continue a partilhar connosco o que por lá vai...

Idalécia B. Santos Um eterno obrigada, Professor, por hoje, por ontem, por todas as suas intervenções que sigo desde há anos.

Felicidade Peixoto Professor, não é "apenas mais um" mas o "UM". Para mim, é o único em que me revejo e me reconheço. Bem haja, professor, e muitoooooooooo obrigada por estar sempre do nosso lado, especialmente nesta altura tão difícil.

Teresa Maria Almeida PROFESSOR, PARABÉNS! Como o senhor faz bem à alma desta classe tão maltratada! Estamos a contar consigo e com a sua competência, no domínio da educação, para esclarecer os "tímidos e desinformados" deste país, a fim de dignificarmos a Educação em Portugal em prol desta fantástica juventude portuguesa. BEM HAJA!

Maria Helena Dias Pereira Bem Haja....Tive o prazer de o ouvir pela primeira vez em Arcos de Valdevez....tive a honra de me tornar sua amiga no facebook....há muito tempo que não sentia o espírito de um guerreiro! Obrigada professor por lutar...por não desistir...por não se acomodar no alto da sua sabedoria. Foi consigo que senti o renascer do pensamento critico lutador e sábio...foi consigo que senti o renascer da liberdade!!! Bem haja!!!

Ana Chora Obrigada pelas suas palavras! Se estamos a fazer isto não é por mais ninguém senão pelos próprios alunos e pelo futuro da educação.

Fernanda Alves Ouvi as palavras do Sr. Professor no Discurso Directo da TVI 24. Tenho pelo senhor a maior admiração. Bem haja pelas suas palavras. Pela verdade de tudo quanto disse e por ter avivado a memória na parte final. De facto, no governo anterior, foi Cavaco Silva que apelou aos estudantes para que se manifestassem na rua.

Tiago Cruz Haja alguém que diga a verdade e se bata por ela. Muitos professores estão cansados e a opinião pública está maioritariamente virada contra eles.
Sou filho de professor e cresci a ouvir dizer, pela boca de muitos colegas que mais não faziam que ecoar
o que lhes diziam em casa, que os professores eram uns inúteis bem-pagos, incompetentes e diletantes. Depois casei com uma professora e continuo a ouvir o mesmo, ou pior. E dói. Dói muito.
Por isto tudo, esta causa também é minha. E por isto tudo, o meu obrigado ao Professor Santana Castilho.
 
 
 
 
 
 
 


Fernanda Sampaio Carvalho Sousa Quando o ouço e quando leio o que escreve fico orgulhosa da sua coragem,e da sua integridade.Um abraço.   

Olivia Dias Obrigada Professor por existir...

Francisco Tomás Tomás SÃO CIDADÃOS COM ESTE CONTEÚDO, QUE FAZEM O MUNDO PULAR E AVANÇAR!  

15/06/2013

A greve, o presente e o futuro dos alunos

A greve, o presente e o futuro dos alunos

de Santana Castilho (Notas) - Sábado, 15 de Junho de 2013 às 10:23

 

Em dia de manifestação de professores, em véspera da greve de tantas discórdias, permito-me lançar ao vento estas perguntas:

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos cortar os planos de estudo dos ensinos básico e secundário?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos diminuir a carga horária de algumas disciplinas, sem que os respectivos programas tenham sido alterados?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos aumentar o número de alunos por turma?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos amputar as escolas de apoios pedagógicos antes dispensados aos que tinham mais dificuldades?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos tornar os passes escolares mais caros e aumentar as propinas no ensino superior?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos aumentar o horário de trabalho dos professores?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos reduzir o número de funcionários auxiliares?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos despedir os pais e deixar milhares de lares sem pão?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos o aparecimento da “mobilidade especial”, simples eufemismo manhoso para despedir, iludindo a lei?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos o Governo dizer-lhes que a alternativa ao chicote da troika é fugirem do seu próprio país?

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos um ministro míope transformar paulatinamente a Escola numa simples unidade de trabalho intensivo, quase escravo?

Onde estavam tantos, que agora invocam o interesse dos alunos, quando estas e tantas outras medidas foram tomadas? Onde estava o Presidente da República? Onde estava Paulo Portas? Onde estava Marques Mendes? Onde estava Manuela Ferreira Leite? Onde estava Francisco Assis?

Só é mau o incómodo presente deste acordar (tardio) da classe docente?

O meu sentimento face ao momento que a Escola Pública vive está sintetizado aqui:

http://www.rtp.pt/play/p469/e120294/antena-aberta

aqui:  http://youtu.be/mLkIurcPqnQ

aqui:  http://www.youtube.com/watch?v=7TxnzRoCMbM

e aqui:  http://www.youtube.com/watch?v=K3W9OwvFX5o

Santana Castilho


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comentários copiados daqui:

Vânia Mendonça Gosto de pensar consigo, gosto de ler os seus textos. Gosto de me sentir viva! Obrigada professor.

Lucinda Maria Ferreira Grande mestre!!!

Marco Amaro Professor, obrigado pelas suas palavras cheias de razão e que enchem de razão a nossa luta. Obrigado também, e de modo especial, por referir a situação dos professores contratados, entre os quais me incluo, que raramente são lembrados pelos que são convidados a pronunciar-se sobre estas questões, mesmo quando se trata de "gente do terreno", supostamente conhecedora da lamentável condição dos contratados. A sua sensibilidade, Professor Santana Castilho, é de louvar e o seu apoio a esta causa da Escola Pública inestimável.
Maria Manuela Henriques Adoro os seus textos.Parabéns Professor. 
Cristina Cardoso Obrigada, pela lucidez e por acordar as consciências...
Fernanda Sampaio Carvalho Sousa Santana Castilho sempre certeiro. Parabéns pela sua coragem

Fernanda Alves Concordo inteiramente com tudo o que diz Sr. Professor. Há muito que o sigo, sempre que o encontro a falar e a intervir em debates e noutras intervenções. Sempre o admirei muito e sempre vi que era o Sr. Professor o ministro, noutro governo, da Educação, sem dúvida alguma. Este governo quer luta, quer confusão, quer iniciar o rastilho para poder ainda mais exercer a sua tirania. Está a usar os alunos como braço de ferro e a seguir despede colectivamente os seus pais. Obrigada Sr. Professor por tudo quanto nos explica.

Pedro Susano Mais uma vez deixo aqui o meu obrigado em nome de toda a classe docente... as suas palavras certeiras incomodam muito o "poder instalado"... mas a verdade deve chegar aos lares portugueses... partilho as suas palavras...faço delas minhas!

Duro Paul Caríssimo Santana Castilho, não gostava do senhor, sou honesto, mas cada vez mais admiro a sua pessoa, a honestidade de raciocínio e a disponibilidade para lutar por todos nós! O meu muito obrigado! Só peço que nunca se cale, nunca deixe que o calem!   
Ernesto Costa Os Professores não estão a lutar por razões abstractas, mas pelas razões muito concretas e, que nos são apresentadas pelo Professor Santana Castilho! Todos sabemos que este Governo é contra a Escola Pública, mas a imposição unilateral das condições de trabalho, para além do limite aceitável , o seu objectivo principal é despedir Professores, para garantir os cortes permanentes na despesa pública, sendo a "mobilidade especial" um mero eufemismo, que visa despedir Professores e acabar com os Contratados. Carregam os Professores que ficam, com mais horas de trabalho e, se estes não têm condições para ensinar, isso são coisas que não preocupam o (C)rato!...Em período de Exames, este déspota de«falinhas mansas», devia chumbar a todos! Veja-se, como exemplo, a reclamação ao Tribunal, mal feita, por falta de papelada!...Obrigado, Professor.

Li de Queiroz Grande texto, como já nos habituou o Prof. Santana Castilho. Como eu queria que fosse ministro da educação!

Ana Maria Abrunhosa Faço minhas as palavras da Li de Queiroz! Obrigada pela sua coragem Professor!!!

Maria Dolores Cortés Também eu tive essa esperança. O professor Santana Castilho sempre defendeu com coragem e inteligência a classe docente. Obrigada Prof.

Maria Fernanda Como eu gostava que estivesse no ME. Bem que a Educação precisava de um homem como você.    

Gonçalo Carnaz Pena não ser o Nosso Ministro...Mas num futuro próximo quem sabe..

Margarida Silva Sim, vamos esperar que assim seja... que os nossos políticos sejam minimamente inteligentes.  

Santana Castilho implode Crato

TVI24,
7 de Junho de 2013

parte 1
 
parte 2
   
  parte 3
 

13/06/2013

Santana Castilho - hoje, na Antena1


Antena Aberta 
O ministro da educação garante que os professores vão vigiar os exames marcados para segunda-feira, dia de greve. O governo já deu orientações às escolas nesse sentido, enquanto recorre para o Tribunal Central Administrativo da decisão do colégio arbitral.
Primeira Emissão: 13 Jun 2013
Duração: 55m 

 ouvir aqui
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Acabei de ouvir, gravei, transcrevo:

Jornalista: Como é que observa todo este diálogo que houve entre ministério e sindicatos a propósito da greve de 2ª-feira , nas últimas semanas?

«O diálogo entre os sindicatos e o ministério veio muito tarde. A educação e a escola pública há muito tempo que têm sido alvo de uma perseguição feroz por parte deste governo completamente incompetente.
Em minha análise, os sindicatos cometeram um erro ao circunscreverem os motivos pelos quais decretaram (finalmente!, em minha opinião)  a greve,  à questão da mobilidade especial e das 40 horas. O problema é muito mais grave do que isso. As razões são muito mais fundas e duram há muito tempo

Nós temos um governo que, em meu entender, tem feito autêntico terrorismo social. E os professores e os funcionários públicos foram, em minha análise, as duas classes mais marcadas por isso. Os professores têm sido humilhados como nenhuma outra classe profissional o foi. 
Os professores fazem esta greve, porque têm um receio legítimo sobre a sobrevivência do ensino público. Porque, na prática, os quadros de nomeação definitiva foram completamente pulverizados. Os professores rejeitam a vulgarização da precariedade como forma de esmagar salários, que tem sido, de facto, a política dominante deste governo em relação a toda a gente.
Aquilo que o governo quer fazer ao funcionalismo público, ele faria aos privados se pudesse! E, para isso, mente despudoradamente pela boca do ministro da educação.

Quando o ministro da educação vem, como veio à televisão, com falinhas mansas, dizer que ele até tinha vinculado 600 professores no último concurso, mentiu despudoradamente. Como se os portugueses fossem estúpidos! Aquilo que ele fez foi um despacho para uma pré-vinculação de 600 professores contratados - dos 15 mil que já despediu no último ano! - dos 28 mil que, desde que chegou ao ministério, liquidou, varreu do sistema! O que ele fez foi, no mesmo despacho, abrir 600 vagas, mas não falou das 12 mil que fechou na mesma altura! E, por outro lado, estas 600 vagas, de momento, não vincularam ninguém. Só em Setembro, se os professores arranjarem uma escola onde ficar é que passarão a estar vinculados. E é óbvio que não vão arranjar! Ou, pelo menos, a grande maioria não vai arranjar, de facto, vaga em escola nenhuma.

Concretamente em relação à greve, àquilo que a vossa abertura do programa noticiou, de que os professores teriam sido convocados massivamente (pelo júri nacional de exames) para estarem presentes no próximo dia 17:
em minha opinião, o júri nacional de exames não tem nenhum vínculo hierárquico com os directores das escolas nem com os professores, para fazer isso.
Aquilo que foi feito foi uma 'orientação'. É esse o título de um e-mail que chegou às escolas: uma 'orientação'. Ora isto, em meu entender, não obriga as escolas. Isto denota uma grande cobardia por parte de um ministro que, além de mentiroso, de facto, é cobarde. Incumbe um júri nacional de exames de tomar uma medida que vale o que vale. 
Os professores em greve não têm que comparecer na escola.
Aliás, é ridículo - e é desonesto, em minha opinião - que um ministro e um governo que aceitam um colégio arbitral, como está na lei, para decidir sobre os 'serviços mínimos', depois da decisão do colégio que eles aceitaram!! , venha agora apelar para um tribunal administrativo porque, depois de a decisão ser «Não há serviços mínimos», então agora ela não vale! Quer dizer, isto é de uma desonestidade, de uma brincadeira contra uma coisa que é séria, que são as leis deste país, contra uma Constituição... - e isso de que me fala, através do júri nacional de exames, não é mais do que um expediente para causticar a totalidade dos professores! 
Quer dizer, em resumo: o que é que ..»

Jornalista: Funciona como  instrumento de pressão?
«Funciona como um instrumento de pressão, mas um  instrumento de pressão deplorável, de gente que não é honesta e que não sabe perder. O governo perdeu, de facto. Este governo desde o princípio que desrespeita as leis do país. Um governo que, por várias vezes - duas, pelo menos! - em instrumentos seriíssimos e importantes como o Orçamento, é corrigido pelo Tribunal Constitucional..
É um governo que sistematicamente tenta, de maneira clandestina, governar como se o país estivesse em 'estado de excepção', que ultimamente tem recebido o suporte do senhor presidente da República. É curioso verificar que uma pessoa que, no estrangeiro, nunca se refere às questões internas do país, ontem, em Estrasburgo, permitiu-se - no estrangeiro - falar sobre a greve dos professores ... »

Jornalista: Precisamente, e deixar um recado aos professores: "que não gosta de ver os jovens utilizados como meios para alcançar fins"..

«Pois, mas eu teria preferido ver o presidente da República a não gostar de ver os sistemáticos ataques que este governo tem feito à escola pública e aos professores! Mas enfim, o senhor presidente da República naturalmente que é livre de fazer aquilo que entender, tal como eu sou livre de ler o significado das coisas que ele faz.
De facto, os professores estão em greve. Não defendem fundamentalmente a sua mobilidade especial. Aliás, a 'mobilidade especial' é uma figura que se aplica aos chamados 'professores do quadro'. Mas a questão não é essa! É que nós, depois de o ministro Crato ter varrido do sistema quase 30 mil professores, temos agora 13 mil e tal professores que estão contratados; que são essenciais nas escolas portuguesas e que estão em risco de, em Setembro, estarem na rua!
E depois não é (só) isso! É que esta gente, sistematicamente e porque tudo tem sido mole e tem sido frouxo, tem feito aquilo que eu qualifiquei no início da minha intervenção como terrorismo social
É isso que está aqui em causa. É isso que se joga! É defender uma escola pública para todos os portugueses! Que é um valor constitucional, é um valor civilizacional, é um instrumento da soberania do país! E impedir que se instaure uma escola privada para os ricos e uma escola limitada para os pobres. É esta a questão! É isto que os portugueses têm que perceber e é por isto que os professores estão em luta!»

Jornalista: É então isso que está em causa?

«É isso que está aqui em causa, de facto, em minha análise, E ESPERO BEM QUE OS PROFESSORES PORTUGUESES PERCEBAM A RESPONSABILIDADE QUE TÊM NESTA ALTURA. Foi tarde, mas finalmente, parece que alguma coisa está a acontecer neste país!»