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PÚBLICO, TER 4 SET 2012
CARTAS À DIRECTORA
A clarividência, a denúncia e o humanismo de S. Castilho
O professor Santana Castilho (SC), um dos mais distintos colaboradores do PÚBLICO, não se tem cansado de, em textos brilhantes, denunciar a nefasta política educativa que, de há uns tempos a esta parte, o Ministério da Educação tem imprimido, desvalorizando e subalternizando constantemente a voz dos professores, ao mesmo tempo que impõe cegas medidas unidirecionais que se têm revelado desadequadas e, em muitos casos, de difícil exequibilidade, lançando a confusão, a instabilidade e a insegurança nas escolas deste país. Não posso, por isso, deixar de reproduzir, com a devida vénia, dois ou três extratos do excelente
artigo do professor Castilho (PÚBLICO, 1 de Agosto) em que é patente a frontalidade e a justeza das suas observações que deitam por terra insidiosas arteirices, hipocrisias e mentiras instaladas no sistema educativo, que agora conta com a prestimosa ajuda das medidas ditas economicistas que tudo justifi cam para injungir
cabrestos que prejudicam e acabrunham os professores.
Vamos lá aos extratos do texto do professor SC: “Teremos para o ano professores imersos em trabalho, com uma dúzia de turmas a seu cargo, coexistindo com colegas com uma só turma e resto do horário preenchido por apoios”. Ou seja, uns burros de carga, outros nem tanto! Um pouco mais à frente continua o professor SC: “Nenhuma circunstância permite a um político maltratar pessoas. Mas Nuno Crato ofendeu a dignidade profissional de milhares de professores”. Verdade como punhos! E para fi nalizar: “A seriedade intelectual de Nuno Crato em matéria de Educação implodiu (…). Falo da seriedade transmitida nas intervenções públicas que precederam a corrida ao cargo e da seriedade apreendida por quem se deixou
enganar pelo seu discurso (…). De facto, quem o viu (no programa televisivo “Plano Inclinado”) e quem o vê, agora, bem vestido, com os seus botões de punho e com o seu discurso de governante mandante…
Bem-haja, professor Santana Castilho, pelas suas denúncias do gangrenado sistema educativo que maltrata os professores e que, por outro lado, permite, à velocidade de uma bala, cursos arrelvados inseridos nesta pantominice trágica em que se transformou este regime democrático tutelado pela troika…
António Cândido Miguéis,
Vila Real
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